Família Zé Caboclo mostra sua arte no Centro Nacional de Folclore e Cultura

publicado em 28 de maio de 2008, às 16h44

 

O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, o Iphan e o Ministério da Cultura vão inaugurar no dia 29 de maio, quinta-feira, às 17h, na Sala do Artista Popular, no Rio de Janeiro, a exposição Família Zé Caboclo, onde os visitantes poderão apreciar e comprar a arte figurativa em cerâmica de filhos e netos de Zé Caboclo, de Caruaru, Pernambuco, um dos mais significativos centros de irradiação das artes populares do país. A mostra fica em cartaz até 29 de junho de 2008.

Filho de José Joaquim da Silva e de Josefa Maria da Conceição, José Antônio da Silva, Zé Caboclo, nasceu em 1921, no Alto do Moura, povoado de Caruaru, e faleceu em 1973, deixando viúva Celestina Rodrigues e oito filhos, dos quais sete se mantiveram "na arte", como costumam dizer. Com pleno domínio dos segredos da modelagem, retomam temas consagrados, renovam o repertório, mantendo contato permanente com colecionadores, lojas especializadas e museus. Da experiência de viver num lugar que se constituiu como símbolo das artes visuais populares, onde famílias sobrevivem da modelagem em barro, Marliete Rodrigues, filha mais moça, assinala: "(...) eu gosto muito do Alto do Moura, gosto muito de viver aqui porque eu acho,assim eu vejo um lugar abençoado. Um lugar que foi escolhido mesmo (...) porque a gente não vê aqui ninguém passar necessidade. Artesão passar necessidade como a gente vê em muitos lugares. Pessoas que têm problema com o filho, menino de rua, menino que não tem com o que se ocupar, às vezes, criando problema. A gente vê na televisão, mas, no Alto do Moura a gente não vê isso. As crianças chegam da escola, procuram o barro para brincar. Não é que a gente diga: vá trabalhar que você tem de aprender, você tem de ganhar dinheiro. Ninguém pode exigir de uma criança, né? Mas, eles mesmo procuram mexer como barro para brincar. Tem a Taís que chega da escola, liga: titia, posso ir para a sua casa?"

Zé Caboclo integra, com o cunhado Manuel Eudócio, irmão da esposa, o grupo de artistas populares que floresceu na região a partir dos anos 1950. Deixou a atividade de lavrador quando, ao final dos anos 1940, chegava no Alto do Moura, já festejado nos círculos de artistas e intelectuais eruditos, um novo morador - Mestre Vitalino, Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963). Zé Caboclo iniciava então suas "inventações de motivos de boneco" criando um repertório singular da arte figurativa em cerâmica, no qual sobressai o notável "Cortejo de Maracatu", entre outras peças que integram as mais importantes coleções de arte popular.

Veja as obras de Zé Caboclo aqui.

Serviço:
Sala do Artista Popular Família Zé Caboclo
Data:
de 29 de maio a 29 de junho de 2008
Horário: às 17h
Exposição e vendas:
De segunda a sexta feira, das 11 às 18h
Sábados, domingos e feriados, das 15 às 18h
Local: Rua do Catete, 179 (estação Catete do metrô) - Rio de Janeiro, RJ

Realização
Centro Nacional de Cultura Popular / Iphan / Ministério da Cultura

Apoio
Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro
Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e desenvolvimento / UFRJ
Fundação Universitária José Bonifácio
Fundação de Cultura de Caruaru
Secretaria de Turismo de Caruaru
Solar de Santa
Magnífica Cachaça do Brasil

Informações
Setor de Difusão Cultural
Telefone: 2285-0441 ramais 204, 205 e 206
E-mail: difusão.folclore@iphan.gov.br

Fonte: Ascom

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