Iphan faz inventário de referências culturais no sertão da Bahia

Corrida da argolinha, quebra pote, batalhão roubado, toque de sanfona, bandas de pífanos, artesanatos e festas estão entre os bens identificados

Inventário de referências culturais no sertão da Bahia.Os municípios de Canudos, Monte Santo e Euclides da Cunha participaram de uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Bahia (Iphan-BA) com o objetivo de compor o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do Sertão, instrumento técnico de identificação de bens culturais e de gestão das ações voltadas ao patrimônio cultural imaterial brasileiro.

O objetivo do INRC é a produção de conhecimento sobre os domínios da vida social aos quais são atribuídos sentidos e valores e que, portanto, constituem marcos e referências de identidade para determinados grupos e comunidades. Contempla, além das categorias estabelecidas no Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, edificações associadas, significações históricas e imagens urbanas, independentemente de sua qualidade arquitetônica ou artística.

Os resultados preliminares da pesquisa foram apresentados à comunidade dos municípios do sertão baiano pelas técnicas do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan-BA, Maria Paula Adinolfi e Nalva Santos. Vários foram os bens identificados que representam a cultura local, dentre eles: corrida da argolinha, quebra pote, batalhão roubado, festa de vaqueiros, terno de reis, toque de sanfona, bandas de pífanos, vaquejada, rezadeiras, curandeiras, benzedeiras, e artesanatos de cerâmicas, de palha e de folha de bananeiras.

Inventário de referências culturais no sertão da Bahia.“A ideia é submeter o resultado ao crivo dos participantes, com o intuito de obter aprovação do produto elaborado, colher sugestões, eventuais complementações e correções, como também submeter a opinião e as indicações para a segunda etapa do Inventário”, disse Maria Paula. Participaram das reuniões várias associações de agentes culturais, representantes das prefeituras, câmaras de vereadores, da igreja católica, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e outras instituições locais. 

Na oportunidade, várias sugestões foram dirigidas às instituições governamentais, com vistas a garantir a permanência e o fortalecimento da cultura local, como o estímulo à aquisição de produtos artesanais; à compra, pelo poder municipal, de instrumentos, indumentárias e outros implementos necessários à continuidade das bandas de pífanos, do toque da sanfona e dos ternos de reis; e a contratação de grupos musicais, ligados às formas de expressão tradicionais, para apresentação nas festas promovidas pelos municípios.

Visando estabelecer parcerias para o desenvolvimento da segunda etapa do INRC do Sertão da Bahia, as técnicas Maria Paula e Nalva Santos já se reuniram com o coordenador do Centro de Estudos Euclides da Cunha - CEEC, da UNEB, professor Manoel Neto.

Fonte: Ascom – Iphan-BA

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