publicado em 03 de junho de 2008, às 14h24

O Iphan, juntamente com o Instituto de Arquitetos da Bahia, a Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, a Caixa Econômica Federal e o Governo do Estado da Bahia, estará promovendo entre os dias 08 e 11 de junho de 2008, no Centro de Convenções da Bahia, o ArquiMemória 3 - Encontro Nacional de Arquitetos sobre Preservação do Patrimônio Edificado.

Dezenas de técnicos e dirigentes do Iphan participarão do encontro, apresentando trabalhos e proferindo conferências, dentre eles o Presidente Luiz Fernando de Almeida e a Diretora do DPI, Márcia Sant'Anna.

O ArquiMemória 3 tem como tema Patrimônio Cultural Edificado: função social, integração e participação e já possui cerca de 400 inscritos, entre arquitetos, professores e pesquisadores universitários, representantes de instituições e estudantes de pós-graduação, provenientes de todo o Brasil.

O encontro deverá colocar em discussão as seguintes questões:
* O cenário atual das políticas públicas de preservação do patrimônio edificado no Brasil;
* O papel dos Planos Diretores e do Estatuto da Cidade na preservação do patrimônio cultural urbano;

* O desafio da requalificação urbana e edilícia – entre a auto-sustentabilidade e a gentrificação;
* O papel do turismo na reabilitação de áreas e edifícios degradados;
* A apropriação social do patrimônio edificado através da habitação;
* Os novos atores da preservação do patrimônio edificado – o papel da iniciativa privada e da sociedade civil organizada;
* A importância das ações de educação patrimonial;
* As metodologias para definição de parâmetros de intervenção e definição de áreas de entorno de bens tombados;
* As complexas relações entre patrimônio material e imaterial;
* A ampliação conceitual recente do patrimônio edificado;
* Os desafios da preservação do patrimônio edificado recente;
* A aplicabilidade das teorias do restauro e das cartas patrimoniais no contexto atual;
* Os exemplos paradigmáticos de intervenções projetuais em contextos preexistentes no Brasil e no mundo;
* As novas tecnologias da conservação e do restauro;
* A importância da arqueologia na restauração arquitetônica;
* A formação dos profissionais atuantes na gestão e restauração do patrimônio edificado;
* A questão da acessibilidade universal em sítios e edifícios históricos;
As metodologias de inventário de bens culturais;
* A aplicação dos novos sistemas de informações e bases de dados;
* A utilização de modelos virtuais de edifícios e conjuntos monumentais;
* A preservação de áreas verdes, parques e jardins históricos;
* A relação entre bens integrados e móveis e o patrimônio edificado;
* O conceito de paisagem cultural.

O ArquiMemória 3 se estrutura em quatro conferências, sete mesas redondas, 23 sessões temáticas de comunicações e sete sessões de painéis, que também comporão uma exposição de painéis de estudos de caso, além de uma pequena feira com stands de instituições e empresas atuantes na área.

Os conferencistas confirmados são:
* Eduardo Souto Moura, arquiteto português de renome internacional. Ligado à chamada Escola do Porto, é autor de dezenas de projetos premiados em Portugal e no exterior. Em sua conferência, Souto Moura apresentará alguns projetos recentes de intervenção em edifícios históricos de sua autoria, como a adaptação do Edifício da Cadeia da Relação do Porto em Centro Português de Fotografia (1997-2001) e a reconversão do antigo Edifício da Alfândega do Porto em Museu dos Transportes e das Comunicações (1993-2000).

* Maria Margarita Segarra Lagunes, arquiteta mexicana radicada há mais de vinte anos em Roma, onde vem conciliando a elaboração de projetos de restauração e requalificação de edifícios e espaços públicos históricos à atividade acadêmica na Faculdade de Arquitetura da Università di Roma Tre. É doutora por esta mesma instituição, na qual atualmente coordena o Curso de Especialização em História do Projeto Arquitetônico e o Mestrado Internacional Arquitetura, História e Projeto. Sua conferência terá como tema as teorias contemporâneas do restauro.

* Marcelo Carvalho Ferraz, arquiteto mineiro radicado em São Paulo, colaborou a partir da década de 1970 com a arquiteta Lina Bo Bardi em diversos principais projetos de intervenção em edifícios e sítios históricos, como o SESC Pompéia em São Paulo (1977-1986) e o projeto de reabilitação da Ladeira da Misericórdia em Salvador (1986-1989). Entre 2003 e 2004, foi coordenador nacional do Programa Monumenta do Ministério da Cultura e atualmente é professor de projeto na Escola da Cidade, em São Paulo. O Escritório Brasil Arquitetura, do qual é sócio-fundador, já recebeu prêmios no Brasil e no exterior e tem elaborado inúmeros projetos de recuperação de edifícios históricos, com destaque para a adaptação do Conjunto KKKK em Registro – SP em Memorial da Imigração Japonesa (1997-2002), a reconversão do Palacete Catharino em Salvador em Museu Rodin da Bahia (2002-2006) e o projeto da “Praça das Artes”, anexo ao Teatro Municipal de São Paulo (em curso). A sua conferência abordará como a sua produção projetual enfrenta os desafios da intervenção projetual em contextos preexistentes.

* Paulo Ormindo de Azevedo, arquiteto baiano, é doutor pela Università di Roma “La Sapienza” e professor titular aposentado da Faculdade de Arquitetura e do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFBA. Sua atuação na área da preservação do patrimônio cultural inclui a coordenação, durante mais de vinte anos, da equipe do Governo do Estado que realizou o Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia, uma experiência paradigmática em nível nacional, e a restauração de monumentos tombados como o Mercado Modelo, a Quinta do Tanque e a Santa Casa de Misericórdia em Salvador, além da adaptação do Convento do Carmo de Cachoeira em Pousada. Foi consultor da Unesco, tendo realizado missões em diversos paises latino-americanos e da África lusófona e atualmente é membro do Conselho Consultivo do Iphan, do Conselho Estadual de Cultura e Presidente do Departamento da Bahia do Instituto de Arquitetos do Brasil. Sua conferência discutirá a institucionalização do setor cultural no Brasil durante a gestão de Renato Soeiro na presidência do Iphan.

Nas sessões de comunicações, serão apresentados oralmente 166 trabalhos provenientes de todo o Brasil e do exterior. Estes trabalhos, que foram selecionados pela Comissão Técnico-Científica, serão agrupados em sessões de comunicações com temáticas específicas.

As sete mesas redondas, por sua vez, serão formadas pelos membros da Comissão Técnico-Científica do ArquiMemória 3 e por convidados, e deverão problematizar as diversas questões que constituem a espinha dorsal do encontro.

As sessões de painéis e a exposição de painéis de estudos de caso serão formadas por 58 trabalhos selecionados pela Comissão Técnico-Científica, visando esboçar um panorama nacional que inclui: planos de requalificação de conjuntos e centros históricos; projetos de restauração de edifícios, praças e parques históricos; projetos de reciclagem ou reconversão funcional de monumentos; projetos de novas edificações em sítios históricos; exemplos da aplicação de novas tecnologias conservativas; análises críticas de projetos e planos de intervenção; ações de inventário e pesquisa histórica sobre monumentos e sítios históricos; ações de educação patrimonial; e exemplos da aplicação de tecnologias e sistemas informacionais na preservação do patrimônio edificado. A exposição de painéis de estudos de caso inclui ainda trabalhos finais de cursos de graduação e de especialização voltados à temática do restauro e da reciclagem do patrimônio edificado.

Confira a programação do evento.
Convite para o ArquiMemória 3.
Mais informações sobre o encontro aqui.