Seminário resgata memória do Projeto Interação

publicada em 02 de setembro de 2014, às 15h07

 

Para relembrar e retomar as principais características do projeto inovador, a Coordenação de Educação Patrimonial do Departamento de Articulação e Fomento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DAF/Iphan), em parceria com o Núcleo de Estudos da Cultura, Oralidade, Imagem e Memória do Centro-Oeste do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília - UnB/CEAM/Necoim, promoveu entre os dias 27 e 29 de agosto, em Brasília, o Seminário de 33 Anos do Projeto Interação.

O debate sobre a educação como ponto norteador das ações estratégicas de preservação e salvaguarda do patrimônio foi uma das contribuições resultadas do Encontro. Também levantou-se a possibilidade de desenvolver trabalhos de memória oral junto aos participantes do Projeto, e ações de organização e tratamento de acervos resultantes das diversas ações do Interação também foram indicadas no evento.

Realizado na Universidade de Brasília (UnB), o Seminário contou com a presença de acadêmicos e gestores que retomaram as metodologias e ações do Interação para discutir os desdobramentos das ações ao longo dos anos, o papel da educação na construção da cidadania e a importância das políticas públicas como forma de articulação nas áreas educacional, ambiental e cultural.

Além de debater as potencialidades e o pioneirismo do Projeto, os participantes colocaram as dificuldades enfrentadas, desde os anos de 1980, de se subverter a impermeabilidade da instituição escola. Para o professor de estudos em cultura José Marcio Barros, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as transformações por meio da cultura e da educação ainda ocorrem apenas “nos espaços instituintes da sociedade civil e não instituídos. A transformação está do lado de fora das instituições”.

Histórico
O Projeto Interação, realizado entre os anos 1981 e 1986, surgiu de uma proposta da Secretaria de Cultura do MEC e teve como finalidade o apoio a ações marcadas pela participação da comunidade e dos professores em todos os níveis dos processos educacionais; pela produção de alternativas pedagógicas e seus respectivos métodos e materiais didáticos; e pela inserção de novos conteúdos pautados no fortalecimento das referências culturais, assumindo que o processo educacional é mais amplo do que a escolarização e não se restringe ao espaço da escola.

Ocorrido nos anos finais do regime militar, o Projeto Integração possuía iniciativas ancoradas nas dinâmicas culturais locais, com o objetivo de reafirmar a pluralidade e a diversidade e diminuir a distância entre a educação escolar e o cotidiano dos alunos e das comunidades. Teve em sua concepção e desenvolvimento, profissionais de diversas instituições governamentais: Fundação Nacional Pró-Memória (antigo CNRC), Fundação Nacional de Artes – Funarte, Empresa Brasileira de Filmes – Embrafilme, Instituto Nacional de Artes Cênicas – Inacen e o Instituto Nacional do Livro – INL.

 

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