publicada em 26 de agosto de 2014, às 15h36

Telhados prontos, altares reformados e surpreendentes descobertos no forro. Assim a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo, município de Ouro Preto (MG), será reaberta, no próximo dia 29 de agosto. A solenidade de inauguração está marcada para as 19h, seguida por uma missa solene, celebrada pelo arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha.

Com as obras, a cobertura da Igreja foi recuperada com a colocação de quatro mil telhas, a estrutura está sem problemas e livre de cupins.  O valor total foi de R$ 2,2 milhões que foram investidos na revitalização da Igreja. O bem foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 29 de novembro de 1949.

Os meses de obras resultaram em uma surpresa. Durante a restauração, uma pintura do século XVIII foi descoberta. Os restauradores encontraram a obra, que é considerada a primeira pintura feita em Minas Gerais, com possível data de 1751 e autoria de Antônio Rodrigues Belo.

A construção tem alguns segredos, um deles é uma espécie de passagem secreta. Trata-se de um alçapão na Capela do Santíssimo, porta de entrada para um túnel de pouco mais de 200 metros que vai até a antiga casa paroquial, agora propriedade particular.

Testemunha da disputa pelo ouro no século XVIII
De autoria desconhecida, a obra da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré data da primeira metade do século XVIII.  Na segunda metade do século XIX, foi construída a capela do Santíssimo na lateral esquerda. O frontispício original começou a ruir em 1849, sendo substituído por outro, de aspecto simplificado.

De propriedade da Arquidiocese de Mariana, o templo é testemunha da disputa pelo ouro e poder que assolou a região. Diante da Igreja foi travada uma das batalhas mais sangrentas da época. Hoje, em frente à matriz, há um cruzeiro de pedra que ilustra as revoltas, como a Guerra dos Emboabas.

O Templo já foi restaurado pelo Iphan na década de 80.