Projeto Comunidades Negras de Santa Catarina preserva memória de quilombos no Sul

publicado em 13 de janeiro de 2009, às 11h30

 

Desenvolvido pela Superintendência Regional do Iphan no estado, o projeto “Comunidades Negras de Santa Catarina” tem como objetivo preservar a memória do povo afrodescendente no sul do país. A ancestralidade negra é abordada em suas diversas dimensões, seja a arqueológica, a arquitetônica, a paisagística e a imaterial.

Entre 2005 e 2008, o Iphan – representado pela Superintendência Regional em Santa Catarina – aplicou o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) em atividades de identificação do patrimônio imaterial das comunidades remanescentes de diversos quilombos no estado. 

Entre elas estão a Sertão de Valongo, localizada na cidade de Porto Belo; a Invernada dos Negros, em Campos Novos, e São Roque, situada entre os municípios de Praia Grande (SC) e Mampituba (RS). 

Essas comunidades também são reconhecidas como oriundas de quilombos pela Fundação Cultural Palmares.

“É essencial fazer com que a população desses locais se reconheça como tal e valorize a sua cultura. Muitas pessoas ainda vivem em situação fundiária irregular, de forma marginalizada e queremos incentivá-las para que se sintam valorizadas”, afirma o gerente da Divisão Técnica do Iphan-SC, Fabiano dos Santos.

Comunidades Quilombolas
O Sertão de Valongo, por exemplo, é uma comunidade rural adventista e sua população é de aproximadamente 34 famílias. A fixação dos primeiros habitantes na região ocorreu imediatamente após a abolição da escravidão no Brasil. 

O Iphan identificou na região um total de 19 referências culturais, como os conhecimentos tradicionais de ervas-de-chá, o plantio agroecológico de bananas e os cultos adventistas de adoração.  

Invernada dos Negros, por sua vez, foi a primeira comunidade catarinense a receber, em 2004, a certificação de autorreconhecimento como remanescente de quilombo. Reúne atualmente 127 famílias, totalizando mais de quatro mil pessoas. 

Já São Roque, com 62 famílias, remonta suas origens à década de 1860, quando ex-escravos formaram um quilombo de fuga, a forma mais comum de quilombo. 
Entre as realizações do projeto estão a publicação do livro “Comunidades Negras de Santa Catarina”, e três filmes-documentários: “A gente fala sobre esse negócio de esquecimento”, que trata do Sertão de Valongo; “Comunidade de São Roque: Referências Culturais Quilombolas” e “Comunidade de Invernada dos Negros: Referências Culturais Quilombolas”. 

Mais informações: 
Superintendência Regional do Iphan em Santa Catarina
Fone: (48) 3223 0883
e-mail: 11sr@iphan.gov.br

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