Iphan promove pesquisas arqueológicas em Joanes (PA)

publicado em 09 de fevereiro de 2009, às 14h37

 

O Iphan está promovendo uma pesquisa arqueológica na Vila de Joanes, localizada na Ilha do Marajó (PA), em parceria com o Museu do Marajó e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). A iniciativa tem por objetivo resgatar peças arqueológicas e desenvolver ações de educação patrimonial com a população local, e deve acontecer até abril de 2009. 

A peças procuradas são dos períodos pré-histórico e colonial. Depois de concluída, a pesquisa vai dar origem a um material didático sobre Joanes que será utilizado pelos alunos do município.  

O coordenador da pesquisa arqueológica Fernando Marques, da Universidade Federal do Pará (UFPA), diz que o principal objetivo da pesquisa é sensibilizar a população de Joanes de forma a valorizar o sítio arqueológico que existe na região. Ele destaca ainda a importância de recuperar a auto-estima da população como elemento motivador para a preservação da história local. 

História
As terras de Joanes fazem parte do município de Salvaterra, no arquipélago de Marajó, e possuem muitas histórias. As cerâmicas Marajoara e Aruã são resquícios de ancestrais que viveram na região muito antes da chegada dos europeus. 

Outros povos habitaram o lugar até que os colonizadores e os missionários chegaram - entre os séculos 17 e 18 - e deixaram seus vestígios, como ocorre nas ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário, fundada na primeira metade do século 18 pela ordem dos franciscanos. 

As interações entre indígenas e missionários aparecem de forma visível na cultura material coletada no sítio e também nas ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Crucifixos, pratos de faiança portuguesa, garrafas e moedas, tipos de objetos frequentemente encontrados nas terras de Joanes, constituem provas importantes do que se passou ali.

A expulsão dos missionários no período pombalino (de 1759 a 1822); a elevação da capitania à categoria de Vila de Monforte, e a perda da importância econômica de Joanes - que tinha a pesca como principal renda – durante o ciclo da borracha causaram intensa migração, o que ocasionou o processo de arruinamento de muitas edificações locais.

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