Igreja do Rosário e São Benedito do Rio de Janeiro recebe obras emergenciais
publicado em 06 de fevereiro de 2009, às 14h40
Acabam de ser iniciadas as obras emergenciais na Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito do Rio de Janeiro (RJ), que foi tombada pelo Iphan em 1938 por sua importância histórica e artística. A intervenção vai realizar a revisão de todo o sistema de captação e escoamento de águas pluviais, a substituição de telhas, a impermeabilização de uma grande laje que cobre o monumento, além da recuperação do revestimento das paredes externas, das empenas da nave, do altar-mor e dos trechos da platibanda.
O monumento, que hoje se encontra em péssimo estado de conservação, foi alvo de uma intervenção inusitada em 1968, projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Sérgio Porto. Como conseqüência de um incêndio, o templo teve todo o seu interior em madeira - retábulos, altares, púlpitos - consumido pelo fogo. No projeto, a igreja localizada na Rua Uruguaiana, 77, no Centro do Rio, teve seus elementos perdidos totalmente refeitos em concreto, de forma a viabilizar o uso do monumento e deixar clara a intervenção realizada, conforme critérios adotados internacionalmente pelos órgãos de preservação.
Um pouco de história
A antiga Igreja de São Sebastião no Morro do Castelo já abrigava em suas dependências as confrarias de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, quando ocorreu a unificação das duas instituições, em 1667, que resultou na denominação Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos.
Em 1684, a Igreja de São Sebastião foi designada Catedral da cidade. Esta resolução provocou desavenças entre o Cabido e a Irmandade, que resolveu abandonar as dependências daquele templo, ainda que não possuíssem uma igreja para abrigá-los.
Em 1708, graças à doação feita por Francisca Pontes, a Irmandade ganhou um terreno, situado à Rua da Vala, atual Rua Uruguaiana, para se instalar. Houve então o início da construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Em 1737, suas obras já estavam praticamente concluídas e, desde o ano anterior, ofícios religiosos eram ali realizados.
De 1737 até 1808, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito sediou a Catedral, para lá transferida em virtude da ruína da Igreja de São Sebastião, do Castelo. Naquele período, nela foi realizado o batizado do Padre José Maurício.
As dependências do consistório da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito foram utilizadas em períodos destacados de nossa história. Ali foram realizadas diversas seções do Senado e da Câmara. Às vésperas da Independência, foi ali redigida a representação popular que culminou no "Dia do Fico". No período de 1830 a 1861, o consistório da Irmandade foi utilizado para as reuniões ordinárias da Imperial Academia de Medicina. No templo repousam os restos mortais do Mestre Valentim.
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