Seis Jardins públicos de Burle Marx, em Recife (PE) são tombados

Qualidades estéticas e paisagísticas do mestre influenciaram o paisagismo brasileiro.

Jardins Burle Marx em Recife.

Seis obras primas de um dos principais expoentes do movimento modernista ganharam proteção federal. A decisão do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural proferida na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, foi por tombar os jardins de praças públicas planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx, em Recife. 

Jurema Machado, presidente do Iphan, explica que os seis jardins urbanos tombados representam o trabalho do jovem Burle Max, que é quando ele começa a fixar uma linguagem de artista. A proteção vai representar a possibilidade de manter a integridade do desenho da concepção. “Os jardins são elementos vivos, então eles se transformam no tempo, mas ele tem uma essência que está na linguagem do artista que vai estar preservada no tombamento. Além disso, é importante cuidar para que o entorno destes jardins não contribua para danificá-los, afirmou.

A criação dos jardins pelo paisagista na década de 1930 representou algo inovador no cenário brasileiro. A partir daí ficou definida uma nova fase, fundamentada nos princípios do Movimento Moderno, que priorizava e enaltecia a utilização dos artefatos nacionais, incluindo a vegetação regional e os materiais construtivos.

Os jardins que estão localizados nas Praças Euclides da Cunha, Casa Forte, do Derby, da República e Jardim Campo das Princesas, Salgado Filho e Faria Neves trazem em comum a característica inovadora do artista que utilizou o tripé higiene, educação e arte, no qual a vegetação é o elemento principal. Assim, por sua função higiênica, as plantas renovam o ar da paisagem urbana, educam quanto à riqueza vegetal brasileira e respondem a princípios de composição ecológica observados no ecossistema natural. 

A solicitação de tombamento dos seis jardins públicos foi apresentada pelo Laboratório da Paisagem do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Pernambuco (UFPE) no ano de 2008, com o com o apoio do “Comittee on Historical Gardens and Cultural Landscapes” e da “Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas” (ABAP).  Os principais argumentos que justificaram e embasaram a proposta de tombamento nacional do conjunto de bens estão relacionados à importância do paisagista Roberto Burle Marx como um dos principais expoentes do movimento modernista no Brasil e no exterior, às qualidades estéticas e paisagísticas de sua obra, e a sua influência sobre o paisagismo brasileiro.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

Nesta 79ª reunião, os conselheiros também aprovaram o pedido de registro do ofício da Cuia, no Baixo Amazonas (PA), e o retombamento do Campo de Santana, no Rio de Janeiro. 

Serviço:
79ª Reunião do Conselho Consultivo
Data:
 11 de junho de 2015
Horário: das 10h às 19h
Local: Sede do Iphan - SEPS Quadra 713/913 – Bloco D – Asa Sul - Brasília – DF.

Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Iphan 
comunicacao@iphan.gov.br
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br
Isadora Fonseca – isadora.fonseca@iphan.gov.br  
(61) 2024-5461 / 2024-5479/ 2024-5459 / 9381-7543
www.iphan.gov.br 
www.facebook.com/IphanGovBr | www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr

Compartilhar
Facebook Twitter Email Linkedin