Obra no prédio da Intendência marca início da revitalização
publicada em 02 de abril de 2009, às 14h26
João Pessoa (PA) – O Projeto de Revitalização do Porto do Capim, concebido há 12 anos, está tendo, enfim, sua primeira ação concreta, com o início das obras de restauração do antigo prédio da Superintendência ou Intendência da Alfândega, que vai abrigar o Centro de Cultura Popular da Capital. Os serviços começaram este mês, com uma novidade: os tapumes no entorno do prédio receberam painéis e se transformaram em uma obra educativa. Quem passa no local, está tendo a oportunidade de saber um pouco mais da história da edificação e do nascedouro da cidade: o Porto do Capim.
A obra de restauração do prédio está orçada em R$ 450 mil, sendo financiada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O técnico do Iphan, Umbelino Peregrino, destacou que o início dos serviços só foi possível através da intervenção da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), que fez a relocação das três marcenarias que funcionavam no local.
O coordenador de Proteção dos Bens Culturais (Probech), Fernando Moura, explicou como a Prefeitura resolveu o problema. "O Iphan – um dos parceiros no Projeto de Revitalização do Centro Histórico – solicitou à Prefeitura a retirada das marcenarias, porque havia um risco de se perder as verbas garantidas se a obra não fosse iniciada imediatamente. Em caráter temporário e urgente, relocamos as atividades para uma área do Conventinho, até que a Prefeitura conclua o projeto de construção de galpões no Distrito Mecânico".
Educação
Umbelino Peregrino destacou que a obra educativa em torno do prédio é uma iniciativa do órgão, no sentindo de informar à população sobre a obra e também para preservar a memória e os resquícios históricos das edificações antigas. O prédio da Intendência, localizado na Rua Visconde de Inhaúma, é uma construção do período colonial, que sofreu um incêndio e foi reconstruída na década de 1920.
O coordenador da Probech, Fernando Moura, explicou que a edificação é muito importante para resgatar a identidade da área onde nasceu a cidade e que teve significativa participação na evolução urbana e econômica. "Com a transferência do porto para a cidade de Cabedelo, na década de 1930, o local sofreu um processo de degeneração. O projeto de revitalização do Centro Histórico e do Porto do Capim tem recebido todo o apoio da Prefeitura da Capital, porque vai recuperar essa memória e preservá-la", disse.
Desencantamento
O plano de revitalização da área do antigo porto da Capital faz parte do Projeto de Revitalização do Centro Histórico, concebido pela Comissão de Desenvolvimento do Centro Histórico. As intervenções estão sendo feitas através de um convênio de cooperação entre os governos espanhol, brasileiro, estadual e municipal. "O projeto do Centro Histórico foi concebido em 1987. Dez anos depois, a comissão elaborou um projeto específico de revitalização da área do porto. Só agora, ele está desencantando", disse a coordenadora da Comissão de Desenvolvimento do Centro Histórico, Sônia Gonzalez.
Segundo ela, a partir de agora, as intervenções devem acontecer com mais facilidade. "A relocação da comunidade sempre foi o grande empecilho, porque nenhum projeto de revitalização de sítios prevê recursos para relocação e habitação. A atual administração da Prefeitura abriu este mês a licitação para a construção das casas para as famílias da área, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. Agora, os recursos para as demais intervenções virão mais fáceis", disse, acrescentando que o projeto prevê a relocação de quase 300 famílias para reurbanização de toda a área, que inclui a revitalização de prédios e ruas, além da construção de trapiches, praça de eventos e área de contemplação.