Escultores sergipanos expõem no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
publicada em 29 de junho de 2009, às 16h45
O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) inaugura no dia 2 de julho, quinta-feira, às 17h, na sala do Artista Popular, a exposição “Vozes do imaginário: escultores de Sergipe”, com venda de trabalhos de seis artistas daquele estado, que, ao longo do tempo, vêm se revelando solo fértil para o desenvolvimento das mais diversas expressões populares de arte. A mostra ficará em cartaz até 9 de agosto.
As obras atualizam a tradição da escultura em madeira, que, desde os tempos coloniais, tem presença marcante em Sergipe em talhas, altares e imagens de igrejas construídas no período. Em sua maioria, são peças figurativas e retratam o universo do trabalho e das festas, personagens do cotidiano, imagens religiosas, seres fantásticos, antropofágicos ou mitológicos. Os trabalhos são testemunhos da excelência do fazer popular no estado e expressam a inesgotável capacidade de criação desses artistas, tornando perene a escultura em Sergipe.
Os artistas
Beto Ribeiro é natural da localidade de Lagoa Funda, sertão sergipano. Por meio de sua arte procura exprimir sua inconformidade contra as agressões ao meio ambiente e o desamparo das famílias nordestinas que sofrem com a seca, imagens que o perseguem desde criança. Beto é agente penitenciário e para ele a arte “é um alívio para as tensões do dia-a-dia.”
Nascido na cidade de São Cristóvão, André T.D. tem na figura humana sua temática preferida; daí o predomínio do antropomorfismo em seus trabalhos, por vezes herméticos e surrealistas, permitindo diversas interpretações, múltiplos entendimentos. André frequentou cursos livres de escultura no Centro de Criatividade Governador João Alves Filho, em Aracaju, e é pedreiro de profissão.
Mazelas e sofrimentos que compõem a vida do homem no sertão sergipano constituem o universo de Liliu, natural de Midição, povoado dessa região. Figuras humanas, santos e animais são temáticas de sua obra, que revela sua identidade de sergipano, próxima de seu imaginário e cotidiano. Liliu é trabalhador rural e, quando não está na roça, trabalha em sua oficina.
Artista conhecido na capital Aracaju, com várias exposições individuais e coletivas já realizadas, Pinto Santeiro, natural do povoado Cruz Grande, tem no universo religioso a fonte de inspiração para seus trabalhos. São imagens de santos e oratórios de inspiração barroca, que assumem atitudes e expressões regionais por força do processo criativo do artista, impregnado de simbolismos. Santeiro é formado em Estudos Sociais e atualmente é professor na rede pública estadual.
Com temática ligada ao cangaço, ao sertão e ao universo sagrado, Mestre Tonho credita ao ofício de escultor papel fundamental para a melhoria de sua condição de vida. Natural de Maceió, mudou-se para Poço Redondo, em Sergipe, e, antes de se tornar artesão, trabalhou em fazendas na região. Mestre Tonho trabalha há mais de 20 anos com esculturas e já expôs seus trabalhos em vários locais do país como São Paulo e Brasília.
Zé do Chalé Filho nasceu na Caiçara, terra dos índios Xocó, no sertão de Sergipe. Foi ajudante de seu pai, escultor Zé do Chalé. Após a morte do pai, passou a assinar Zé do Chalé Filho, uma forma direta de manter o vínculo com ele, origem de seu trabalho. É barbeiro de profissão e é na barbearia que o artista talha as peças, de forma autodidata, repletas de simbolismos, que guardam profunda identidade com a obra do pai.
Serviço:
Exposição “Vozes do imaginário: escultores de Sergipe”
Data: 02 de julho de 2009
Horário: às 17h
Visitação: de 02 de julho a 09 de agosto de 2009
Exposição e vendas:
de terça a sexta-feira, das 11 às 18h;
sábados, domingos e feriados, das 15 às 18h.
Local: Sala do Artista Popular - Rua do Catete, 179 (metrô Catete), Rio de Janeiro, RJ
Informações:
Setor de Difusão Cultural
Tel.: 2285-0441, ramais 204, 205 e 206
E-mail: difusao.folclore@iphan.gov.br