Conselho do Iphan decide sobre tombamento do Bairro do Comércio, em Salvador

publicada em 13 de outubro de 2009, às 15h03

 

Salvador, que foi a primeira capital do Brasil, pode ter seu Bairro do Comércio, localizado na Cidade Baixa, protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A proposta de tombamento vai ser analisada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que se reúne em Brasília, nesta quinta-feira, dia 15.

O tombamento do Bairro do Comércio vai possibilitar que sejam preservadas características importantes de Salvador. Em especial, o casario eclético junto à encosta que divide as Cidades Baixa e Alta e que é uma das referências da capital baiana. Ao mesmo tempo, a proposta pode ajudar na revitalização da região, que tem grande potencial turístico e cultural. Atualmente, apenas alguns monumentos são patrimônio nacional. Porém, se for aprovado pelo Conselho, boa parte do Bairro será tombada.

O polígono de proteção do Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico da Cidade Baixa, onde está localizado o Bairro do Comércio, vai do quebra-mar da Marinha, incluindo o Porto dos Saveiros e o Mercado Modelo, até o final da Ladeira do Pilar. A área é dividida em quatro setores: o do entorno da Praça Cairú, o heterogêneo – que reúne alguns edifícios chamados por Lúcio Costa de “arranha-céus baianos” –, o eclético – a área mais antiga, com casario que fica aos pés da encosta – e o Largo do Cais do Ouro e Pilar. 

Se aprovado nesta quinta-feira, o processo de tombamento seguirá para o Ministério da Cultura para que seja homologado pelo ministro Juca Ferreira.

As duas cidades
A dinâmica entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa marca a história de Salvador desde a sua fundação, por Tomé de Souza, em 1549. No nível do mar, ficava a faixa de terra muito estreita e comprida, onde estava localizado o porto por onde chegavam os mantimentos consumidos pela população. Daí a região ser conhecida por Bairro do Comércio, graças às funções que desempenhou desde o seu início. Sessenta metros acima ficava a Cidade Alta, fortificada e que reunia as funções administrativas, militares, religiosas e civis. Ligando as duas, ladeiras e planos inclinados movidos à tração humana permitiam o deslocamento dos moradores e o transporte de produtos.

Desde o século XVI, diversos aterros alargaram bastante a área que corresponde à Cidade Baixa. No entanto, foi no século XX, a partir da década de 1920, que a região ganhou seu maior aterramento, muito superior a todos os anteriores, o que rompeu com a dinâmica próxima do mar e inseriu novo gabarito e nova tipologia arquitetônica.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros de instituições como Ministério do Turismo, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, Ministério da Educação, Sociedade Brasileira de Antropologia e Instituto Brasileiro de Museus – Ibram e da sociedade civil.

Serviço:
Reunião do Conselho Consultivo do Iphan
Data:
15 de outubro de 2009
Horário: às 14h
Local: Sala Rui Barbosa, Palácio do Itamaraty – Brasília – DF 

Mais informações:
Assessoria de Comunicação Iphan 
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
(61) 3414.6187 / 3326-6864
www.iphan.gov.br

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