Preservação cultural: Conselho Consultivo do Iphan reúne-se em São João del-Rei

publicada em 01 de dezembro de 2009, às 11h26

 

O Brasil pode ter, a partir do dia 3 de dezembro, um número maior de bens protegidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Na cidade mineira de São João del-Rei, o Conselho Consultivo do Iphan estará reunido para avaliar três propostas de tombamento e um registro patrimônio imaterial. A programação dos conselheiros começará às 9h, na estação da cidade de Tiradentes, com um passeio de Maria Fumaça, a locomotiva histórica que faz parte do Complexo Ferroviário de São João del-Rei, tombado pelo Iphan em 1989.

Pela manhã do dia 3 de dezembro, durante a sessão no Salão Nobre da Prefeitura de São João del-Rei, serão debatidas as propostas de tombamento dos centros históricos dos municípios de Iguape, em São Paulo, e Paranaguá, no Paraná. À tarde, os conselheiros avaliam a proposta de tombamento do Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - EFNOB, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e o pedido de registro como patrimônio imaterial para O Toque dos Sinos em Minas Gerais, tendo como referência São João del-Rei e as cidades de Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, Congonhas, Diamantina, Sabará, Serro e Tiradentes.

Se aprovados, os processos serão encaminhados para o Ministério da Cultura para serem homologados pelo ministro Juca Ferreira.

Centro histórico de Iguape
O núcleo urbano de Iguape, no Vale do Ribeira, está entre os mais bem preservados e caracterizados centros históricos de São Paulo, com arquitetura e urbanismo capazes de contar sua trajetória. A proposta de tombamento defende que a complexidade e a singularidade do patrimônio do Vale do Ribeira resultam da sua história, de seu povoamento, das estratégias e contingências econômicas, do território e das sociabilidades, que são sua paisagem cultural. A área proposta para tombamento compreende o centro histórico, o antigo sistema portuário fluvial e marítimo, incluindo o Canal do Valo Grande e o Morro da Espia.

Centro histórico de Paranaguá
Para reconhecer a importância da primeira cidade do estado do Paraná, o Iphan propõe o tombamento de uma área que engloba todo o núcleo mais antigo da cidade, indo desde a Igreja de São Benedito, na rua Conselheiro Sinimbu até a rua Visconde de Nácar. A proposta inclui importantes exemplares da arquitetura colonial brasileira, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, o Colégio dos Jesuítas, a Igreja da Ordem 3ª de São Francisco das Chagas, além da antiga Rua da Praia. É apontada ainda uma poligonal de entorno, como uma transição entre a área a ser tombada e o restante da cidade, e onde estão situados outros exemplares arquitetônicos significativos para a história da cidade.

Complexo ferroviário da Estada de Ferro Noroeste do Brasil em Campo Grande
O conjunto da EFNOB possui 22,3 hectares e 135 edifícios em alvenaria e madeira, erguidos em datas diferentes a partir da ampliação das atividades da ferrovia e ainda mantém parte dos trilhos que não foram retirados da área urbana de Campo Grande. A Superintendência do Iphan no Mato Grosso do Sul destaca que o Complexo Ferroviário da EFONOB em Campo Grande é um documento vivo sobre o comportamento da sociedade local, retratando a estratificação das classes sociais e suas relações de trabalho. A poligonal de tombamento vai dos viadutos nas ruas Maracaju e Antônio Maria Coelho até o limite da área do complexo ferroviário junto à rua Eça de Queiroz, abarcando as residências dos da EFNOB, junto à rua 14 de Julho, seguindo até o córrego do Segredo que, durante anos, exerceu o papel de barreira natural à expansão da cidade na direção oeste.

O toque dos sinos das Minas Gerais
A proposta de registro como patrimônio imaterial surgiu por iniciativa do escritório técnico do Iphan em São João del-Rei mas, com o levantamento do material necessário, concluiu-se que a tradição é existente também em outras oito cidades. Um conjunto de documentos, gravações, depoimentos e vídeos afirma que o toque dos sinos, que chegou ao Brasil com a colonização, ainda é referência para a população das cidades inventariadas, o que reforça a possibilidade de reconhecimento desse bem como patrimônio. Os habitantes desses municípios se reconhecem e se distinguem dos de outras cidades a partir do toque dos sinos, do repertório desses toques e do som diferenciado de cada um deles.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro, presidido por Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

Serviço:
Reunião do Conselho Consultivo do Iphan
Data:
3 de dezembro de 2009
Horário: 10h
Local: Salão Nobre da Prefeitura de São João del-Rei - Rua Ministro Gabriel Passos 199 - 2ºandar – Centro - São João del-Rei – MG 

Mais informações:
Assessoria de Comunicação Iphan/Monumenta
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
(61) 2024.5449
www.iphan.gov.br

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