Corumbá recebe o II Festival da Viola de Cocho

publicada em 27 de junho de 2014, às 15h16

 

Nos próximos dias 28 e 29 de junho vai acontecer em Corumbá (MS) o II Festival da Viola de Cocho.  O objetivo do evento é divulgar o modo de fazer da Viola de Cocho, que está registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Livro dos Saberes desde 2005, e das expressões relacionadas a ele. Serão dois dias de encontros com palestras, workshops e apresentações. No encerramento vai acontecer uma apresentação de Roda de Cururu.

O Festival é parte integrante do processo de Salvaguarda, registro compartilhado entre o estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.  O evento vai mostrar as ações que foram realizadas nos dois estados durante os 10 anos de registro. Além de trazer um balanço dos pontos positivos e negativos, e da troca de experiências e vivências entre os detentores e o poder público.

Viola de Cocho
A Viola de Cocho é um instrumento musical singular quanto à forma e sonoridade, produzido exclusivamente de forma artesanal, com a utilização de matérias-primas existentes na Região Centro-Oeste do Brasil.

Sua produção é realizada por mestres cururueiros, tanto para uso próprio como para atender à demanda do mercado local, constituída por cururueiros e mestres da dança do siriri. O Modo de Fazer a Viola de Cocho foi registrado no Livro dos Saberes, em 2005.

O nome viola de cocho deve-se à técnica de escavação da caixa de ressonância da viola em uma tora de madeira inteiriça, mesma técnica utilizada na fabricação de cochos (recipientes em que é depositado o alimento para o gado). Nesse cocho, já talhado no formato de viola, são afixados um tampo e, em seguida, as partes que caracterizam o instrumento, como cavalete, espelho, rastilho e cravelhas. A confecção, artesanal, determina variações observadas de artesão para artesão, de braço para braço, de forma para forma.

Os materiais utilizados tradicionalmente para sua confecção são encontrados no ecossistema regional, correspondendo a tipos especiais de madeiras para o corpo, tampo e demais detalhes do instrumento; ao sumo da batata ‘sumbaré’ ou, na falta desta, a um grude feito da vesícula natatória dos peixes (ou poca) para a colagem das partes componentes; a fios de algodão revestidos para trastes (que, na região, também são denominados pontos) e tripa de animais para as cordas.

Sua confecção, feita de forma artesanal, determina variações observadas de artesão para artesão, de braço para braço, de fôrma para fôrma. As violas podem ser decoradas, desenhadas a fogo e pintadas, ou mantidas na madeira crua, envernizadas ou não. As fitas coloridas amarradas no cabo indicam o número de rodas de cururu em que a viola foi tocada em homenagem a algum santo – que possui, cada qual, sua cor particular.

No Banco de Dados dos Bens Culturais Registrados estão disponíveis os documentos contendo todas as informações sobre Modo de Fazer Viola de Cocho (legislação, dossiê, fotografias, vídeos, músicas, pareceres técnicos e jurídicos dos processos desse bem cultural imaterial).

Serviço:
II Festival da Viola de Cocho
Data:
28 e 29 de junho de 2014
Horário primeiro dia: 15h30 às 18hs
Horário segundo dia: 08hs as 10h30

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