Iphan encontra imagens de igreja destruída em São Luiz do Paraitinga

publicada 08 de janeiro de 2010, às 14h00

 

A equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em São Paulo (Iphan-SP) e do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico – Condephaat, do estado de São Paulo, localizou todas as imagens da Igreja das Mercês, destruídas pelas enchentes que assolou a cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, em São Paulo, no primeiro dia do ano. Segundo a superintendente do Iphan-SP, Anna Beatriz Galvão, algumas peças estão em bom estado e outras estão bastante danificadas. Todo o material ficará guardado na casa de uma moradora, que também trabalha como voluntária na reconstrução da cidade. 

Também começou a chegar a São Luiz do Paraitinga parte do material que será utilizado no escoramento dos imóveis tombados que estão com as estruturas abaladas. Anna Beatriz Galvão ressalta que uma das maiores preocupações no momento são os documentos históricos. Ela conta que o Iphan já está se articulando com especialistas em restauro de papéis para acompanhar a remoção dos exemplares até a cidade de São Paulo para trabalharem na recuperação.

A presença do Iphan em São Luiz do Paraitinga é constante. Assim que as águas começaram a baixar, os profissionais estão nas ruas. Anna Beatriz Galvão ressalta que a solidariedade à população, à prefeitura e ao governo estadual é de grande importância nesse momento. “As pessoas já estavam acostumadas com a nossa presença e agora, nesse momento tão difícil, elas sabem que realmente o Iphan se preocupa e está trabalhando para reconstruir o que foi levado pelas águas”, ressalta.

Experiência do Iphan em Goiás vai ajudar na reconstrução
Chegam nesta sexta-feira, dia 8 de janeiro, a São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, em São Paulo, a superintendente do Iphan-GO, Salma Saddi, o chefe do escritório técnico do Iphan em Pirenópolis – GO, Paulo Sérgio Galeão, e o arquiteto Sílvio Cavalcante. Eles estarão junto com a equipe da superintendência do Iphan em São Paulo acompanhando as ações de recuperação do patrimônio histórico.

O presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, explica que o objetivo é levar à cidade paulista a experiência vivida em Goiás após a enchente em Goiás Velho e o incêndio na Igreja Matriz de Pirenópolis. “Embora o desastre em São Luiz do Paraitinga seja sem precedentes na história do Iphan, o trabalho de recuperação dos bens goianos serão de grande valia para o resgate do patrimônio físico e, principalmente, da auto-estima da população de Paraitinga. Não podemos deixar de lado o aspecto emocional, já que aqueles casarões, a igreja e todos os imóveis e materiais que foram danificados pela enchente fazem parte da vida, do dia-a-dia da cidade, e são uma referência para cada um dos moradores”, explica o presidente do Iphan.

A enchente e a reconstrução de Goiás Velho
O ano de 2001 foi de muita alegria, mas também de muita dor para a primeira capital do estado de Goiás. Poucos dias depois de receber o título de Patrimônio Histórico da Humanidade da Unesco, em 17 de dezembro, Goiás Velho foi inundada em função da cheia do Rio Vermelho, no dia 31 de dezembro. Construções históricas, a maioria do século XVIII, a Igreja da Boa Morte, de 1779, que abriga grande parte da obra do santeiro José Joaquim da Veiga Valle, nascido em Pirenópolis, em 1806, a Igreja de São Francisco de Paula, que desde 1863 abriga a irmandade do Senhor do Bom Jesus dos Passos, a casa da poetisa Cora Coralina, tudo foi transformado em escombros. Dois anos depois da tragédia, o Iphan entregou à comunidade o Centro Histórico e todos os monumentos arrasados foram restaurados e reconstruído. Os restos do grande símbolo da cidade, a Cruz do Anhagüera, estão no Museu da Bandeira e uma réplica foi construída e colocada em seu lugar original. 

A Matriz de Pirenópolis que renasceu das cinzas
A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, a maior igreja construída no Centro Oeste Brasileiro, em 1728, foi destruída por um incêndio ocorrido em 5 de setembro de 2002. O fogo consumiu o telhado e toda a parte interna do monumento. O fogo começou pela sacristia, invadiu a capela, consumiu o retábulo-mor e alcançou o forro e o telhado da capela. A igreja fumegou por toda uma semana e, até hoje, ninguém sabe como o incêndio começou. Para a recuperação, o Iphan e a Sociedade dos Amigos de Pirenópolis – Soap, com a participação da comunidade, coordenaram as obras de reconstrução da igreja, que em 30 de março de 2003, foi devolvida totalmente recuperada aos moradores de Pirenópolis.

Mais informações:
Assessoria de Comunicação Iphan 
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
(61) 2024-5449 / 2024-5459
www.iphan.gov.br 

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