Iphan mantém ações em São Luiz do Paraitinga durante o fim de semana

publicada 08 de janeiro de 2010, às 14h05

 

O plantão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) continua no fim de semana, orientando os moradores e os profissionais da prefeitura e da defesa civil em São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, em São Paulo. A superintendente do Iphan – SP, Anna Beatriz Galvão, conta que os técnicos do instituto estão se revezando diariamente desde segunda-feira, dia 4, quando as águas do Rio Paraitinga começaram a baixar. A forte tempestade no primeiro dia do ano provocou a cheia do rio que inundou a cidade. Cerca de 80% dos 90 casarões históricos, tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico – Condephaat, do estado de São Paulo, estão danificados. A calamidade também provocou a destruição de duas igrejas – a Matriz e a das Mercês – que são referência para a comunidade local.

Uma equipe do Iphan – GO, liderada pela superintendente Salma Saddi, chegou à cidade nesta sexta-feira, dia 8, para repassar as experiências vividas com a destruição e a recuperação do centro histórico da cidade de Goiás Velho e da Igreja Matriz de Pirenópolis. Salma Saddi explica que, “embora os casos sejam diferentes, aprendemos como agir diante de uma situação de catástrofe. Num primeiro momento, o cenário que observamos é de total destruição, mas com o passar dos dias, percebemos que sempre há uma solução para cada problema que aparece”. Depois de andar pelas ruas de São Luiz do Paraitinga, a equipe do Iphan concluiu que o patrimônio histórico abalado pelas águas tem recuperação. Anna Beatriz Galvão e Salma Saddi adiantam que ainda não há definição sobre as técnicas que deverão ser empregadas. Elas explicam que há muita lama para ser retirada das ruas e do material que poderá ser reaproveitado na reconstrução da cidade. Os profissionais goianos passarão o fim de semana em São Luiz do Paraitinga para continuar as ações do Iphan junto à comunidade.

A enchente e a reconstrução de Goiás Velho
O ano de 2001 foi de muita alegria, mas também de muita dor para a primeira capital do estado de Goiás. Poucos dias depois de receber o título de Patrimônio Histórico da Humanidade da Unesco, em 17 de dezembro, Goiás Velho foi inundada em função da cheia do Rio Vermelho, no dia 31 de dezembro. Construções históricas, a maioria do século XVIII, a Igreja da Boa Morte, de 1779, que abriga grande parte da obra do santeiro José Joaquim da Veiga Valle, nascido em Pirenópolis, em 1806, a Igreja de São Francisco de Paula, que desde 1863 abriga a irmandade do Senhor do Bom Jesus dos Passos, a casa da poetisa Cora Coralina, tudo foi transformado em escombros. Dois anos depois da tragédia, o Iphan entregou à comunidade o Centro Histórico e todos os monumentos arrasados foram restaurados e reconstruído. Os restos do grande símbolo da cidade, a Cruz do Anhagüera, estão no Museu da Bandeira e uma réplica foi construída e colocada em seu lugar original. 

A Matriz de Pirenópolis que renasceu das cinzas
A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, a maior igreja construída no Centro Oeste Brasileiro, em 1728, foi destruída por um incêndio ocorrido em 5 de setembro de 2002. O fogo consumiu o telhado e toda a parte interna do monumento. O fogo começou pela sacristia, invadiu a capela, consumiu o retábulo-mor e alcançou o forro e o telhado da capela. A igreja fumegou por toda uma semana e, até hoje, ninguém sabe como o incêndio começou. Para a recuperação, o Iphan e a Sociedade dos Amigos de Pirenópolis – Soap, com a participação da comunidade, coordenaram as obras de reconstrução da igreja, que em 30 de março de 2003, foi devolvida totalmente recuperada aos moradores de Pirenópolis.

Mais informações:
Assessoria de Comunicação Iphan 
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
(61) 2024-5449 / 2024-5459
www.iphan.gov.br

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