Mário e o patrimônio

Cândido Portinari, Antônio Bento, Mário de Andrade e Rodrigo Melo Franco de Andrade promoveram a consolidação jurídica do Patrimônio Cultural no país e a criação do Iphan“Sou um tupi tangendo um alaúde”, assim se denominou Mário de Andrade, ensaísta, escritor, musicólogo e pesquisador, que completa 70 anos de morte em 2015. Ao dizer essas palavras fica claro que foi um brasileiro consciente de sua história, a partir de uma vivência crítica de Brasil. 

Dada a importância desta figura para a cultura brasileira, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2015 homenageia Mário de Andrade. E o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) participa do circuito da Festa, com a venda e exposição de suas publicações sobre patrimônio cultural. 

A presença do Iphan se torna ainda mais relevante uma vez que o desenvolvimento dos estudos e das políticas em patrimônio teve interferência direta dos ideais modernistas de Mário. Não à toa foi escolhido por Gustavo Capanema, então ministro da Educação, para redigir o anteprojeto do Serviço do Patrimônio Artístico e Nacional (SPAN), em 1936, que deu base para a redação do Decreto-Lei nº 25/37, documento que organizou a proteção patrimonial e norteia, até os dias de hoje, as ações do Iphan. 

As políticas, num primeiro momento, privilegiaram algumas narrativas para a proteção e tombamento dos bens culturais. Contudo, o texto do anteprojeto foi vanguardista no momento em que defendeu um olhar livre de estrangeirismos, dentro do próprio país, buscando compreender o Brasil, historicamente, por meio das manifestações populares de sua gente. 

Reconhecer os bens pelo valor atribuído e não apenas pela monumentalidade é a principal característica que torna o texto de Mário de Andrade contemporâneo e à frente de seu tempo. Isso, porque, na década de 1930, ainda se reconhecia como patrimônio apenas as grandes edificações, por seus valores estéticos e artísticos que privilegiavam as referências europeias. 

Como coloca Fernando Fernandes da Silva no artigo Mário e o Patrimônio um anteprojeto ainda atual, “o anteprojeto adquire maior relevância quando verificamos sua utilidade atual, ao estabelecermos o conceito de bem imaterial e as várias categorias que podem ser incluídas naquele gênero. Além disso, o anteprojeto considera bens culturais merecedores de tutela não somente os monumentos grandiosos, mas os pequenos artefatos que contribuem para a formação da cultura”.  

Assim, a sua atuação em prol da promoção e preservação do patrimônio cultural não se estabeleceu, somente, pela redação do documento, mas pela sua atuação como etnógrafo da cultura brasileira. 

O texto Mário e o Patrimônio um anteprojeto ainda atual e a íntegra do anteprojeto do SPAN fazem parte da Revista do Patrimônio nº 30 – Mário de Andrade, que estará disponível para venda, durante a Flip, no Escritório Técnico do Iphan, em Paraty. 


Turista Aprendiz
O perfil desbravador de Mário de Andrade, com viés documental, é registrado em uma de suas principais obras: o “Turista Aprendiz”. Esta publicação será reeditada, depois de 32 anos da segunda edição, pelo Iphan em parceria com o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB).  

O lançamento está previsto para novembro de 2015. Por isso, durante a realização da Flip, a página do Iphan no Facebook irá prestar uma homenagem ao Turista Aprendiz, fazendo um diário, como fez Mário em suas "viagens pelo Amazonas até o Peru, pelo Madeira até a Bolívia e por Marajó até dizer chega” (extraído do Turista Aprendiz).

Serviço
Venda de publicações do Iphan na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip)
Onde: Escritório Técnico do Iphan em Paraty (RJ) – Praça Monsenhor Hélio Pires, S/Nº
CEP: 23970-000 - Paraty/RJ
Data: 1º a 05 de julho de 2015
Tel.: (24) 3371. 2051 e 3371-2180 
Horário de Funcionamento: das 10h às 18h

Veja quais serão as publicações disponíveis:

Revista do Patrimônio

Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional nº 30 – Mário de Andrade – R$ 20,00

A Revista do Patrimônio foi a primeira proposta de publicação do Iphan, com o objetivo de criar um campo de pesquisa e debate sobre as questões que envolviam a cultura brasileira e o patrimônio. A edição traz importantes artigos que abordam as facetas de Mário de Andrade, trazendo discussões de sua relação com a arte, folclore, arquitetura, música, etnografia, etc.

Coleção Arquitetura

Arquitetura na Formação do Brasil – R$ 40,00

Fazendas do Sul de Minas Gerais: Arquitetura Rural nos séculos XVIII e XIX – R$ 40,00

Intervenção Urbana e recuperação de Centros Históricos – R$ 40,00

Projetos para Brasília: 1927-1957 – R$ 40,00

A Coleção Arquitetura traz, em cada uma de suas edições, temáticas que são abordadas a partir de uma pesquisa aprofundada e de uma perspectiva arquitetônica, juntamente, com fotos, documentos e textos. Arquitetura na Formação do Brasil – traça um mosaico da arquitetura, do urbanismo e da organização das cidades e do território, destacando períodos significativos do processo, para o qual contribuíram todos os povos constituintes da formação cultural brasileira. Fazenda do Sul de Minas Gerais – estudo das tipologias das sedes de fazendas da região sul de Minas Gerais, estado cujo rico acervo arquitetônico contempla a arquitetura colonial. Intervenção Urbana e recuperação de Centros Históricos – apresenta e analisa, de uma maneira qualitativa e crítica, intervenções e obras urbanas em centros históricos, buscando colaborar na construção de um olhar e de uma política territorial inovadora. Projetos para Brasília – publicação que reúne, de uma maneira analítica, os projetos inscritos no concurso de 1956-1957 para a escolha do plano de Brasília, abordando um tema importante da historiografia do urbanismo moderno no Brasil.     

Dossiês Iphan

Jongo no Sudeste

Matrizes do Samba no Rio de Janeiro

A Coleção Dossiê dos Bens Culturais do Brasil Registrados traz, em formato de publicação, os estudos que fundamentaram o Registro de bens como Patrimônio Cultural do Brasil. As edições refletem as etapas de pesquisa, análise e reconhecimento desse patrimônio.

Coleção Edições Técnicas Sobre Patrimônio Cultural

Patrimônio Naval Brasileiro – R$ 27,50

Coleção Grandes Obras e Intervenções

A Igreja de São Francisco de Assis em Diamantina – R$ 60,00

A Matriz de Santo Antônio em Tiradentes – R$ 60,00

Os passos de Congonhas e suas Restaurações – R$ 60,00

Em edições de luxo, a coleção documenta intervenções emblemáticas em monumentos do patrimônio cultural brasileiro. É um registro de todo o processo de restauro e revitalização, com fotos, relatos de profissionais e pesquisadores e diagnósticos sobre os impactos físicos e sociais das intervenções. São documentados detalhes dos restauros de igrejas e edificações, a partir de uma apreensão da técnica e da história.

Coleção Obras de Referência

Arquitetura e Arte no Brasil Colonial – John Bury – R$ 40,00

Atlas dos Monumentos Históricos e Artísticos do Brasil – Augusto da Silva Telles – R$ 60,00

Robert Smith e o Brasil: Arquitetura e Urbanismo – R$ 40,00

Robert Smith e o Brasil: Cartografia e Iconografia – R$ 40,00

Esta coleção retoma textos, esgotados ou de difícil acesso, de autores nacionais e estrangeiros que deixaram importantes obras de síntese da arquitetura e da arte brasileira, nos primeiros três séculos de nossa história. Arquitetura e Arte no Brasil Colonial – reúne ensaios do teórico britânico John Bury sobre fenômenos arquitetônicos e artísticos da Era Colonial no Brasil, privilegiando a contextualização internacional, em detrimento de interpretações nacionalistas. Atlas dos Monumentos Históricos e Artísticos do Brasil – a publicação é uma importante referência bibliográfica para os estudos na área de patrimônio cultural, oferecendo um panorama dos bens arquitetônicos mais importantes de cada uma das regiões brasileiras. Robert Smith e o Brasil: Arquitetura e Urbanismo e Robert Smith e o Brasil: Cartografia e Iconografia – os dois volumes são dedicados ao trabalho do historiador da arte Robert Smith. Os ensaios deste pesquisador são a chave para a leitura da vasta contribuição de Smith, de sua trajetória e sua diversa produção sobre a arquitetura e o urbanismo coloniais no Brasil.

Coleção Preservação e Desenvolvimento

Contadores de Histórias – R$ 7,50

Coleção Roteiros do Patrimônio

Barroco e Rococó nas Igrejas do Rio de Janeiro vl.01 – R$ 15,00
Barroco e Rococó nas Igrejas do Rio de Janeiro vl. 02 – R$ 15,00
Barroco e Rococó nas Igrejas do Rio de Janeiro vl. 03 – R$ 15,00
Os três volumes são dedicados à minuciosa observação da permanência do Barroco e do Rococó que se encontram nas igrejas do Rio de Janeiro. As publicações mostram como esses estilos se afeiçoaram à cidade colonial e às práticas religiosas de então.

Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Iphan 

comunicacao@iphan.gov.br
Adélia Soares - adelia.soares@iphan.gov.br
Gabriela Sobral Feitosa - gabriela.feitosa@iphan.gov.br
(61) 2024-5461 / 2024-5463/ 2024-5459
(61) 8356-5857

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