Receita Federal doa ao Iphan obra apreendida em importação irregular

publicada em 27 de abril de 2010, às 12h33

 

O Instituto Nacional de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recebeu da Superintendência da Receita Federal em São Paulo, a doação da obra “Claudius”, de autoria do artista alemão Gerhard Richter. Apreendida pela Receita por irregularidade no processo de importação, a obra, uma tela pintada em óleo sobre linho, com cerca de três metros de altura por quatro de comprimento, foi pintada por Richter em 1986. A tela, que foi leiloada por U$ 1,8 milhão pela Christie’s, ficará guardada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - USP, no Ibirapuera, onde será analisada e passará por um processo de estabilização e conservação.

Segundo o professor de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo, Jens Michael Baumgarten, a obra do artista alemão é uma das mais expressivas da atualidade, podendo ser identificada como da “segunda modernidade da arte contemporânea”. Nascido em 1932 em Dresden, ele estudou na Kunstakademie entre 1952 e 1957, sendo influenciado pelo realismo socialista. De 1961 a 1964, Richter estudou na Staatliche Kunstakademie, em Düsseldorf, onde envolveu-se com o expressionismo abstrato e iniciou as pinturas que fundiam a iconografia jornalística e retratos de família, com um realismo baseado na fotografia. Mais tarde, ele enveredou pelo construtivismo, evoluindo para a pintura monocromática 

A sua primeira exposição individual, intitulada “Imagens, Fotografias e Retratos de Família”, foi em 1963, quando apresentou pela primeira vez o estilo fotografia-pintura. Já a sua primeira exposição retrospectiva aconteceu no Kunsthalle, em Bremen, em 1976, onde ele apresentou uma seleção de trabalhos realizados entre 1962 e 1974. Em 1988, o artista teve, por sua vez, a sua primeira exposição retrospectiva no Estados Unidos, no Museu de Arte Contemporânea de Chicago, e depois em Washington e em São Francisco.

A produção artística de Gerhard Richter, que é professor na Staatliche Kunstakademie, de Düsseldorf, pode ser inserida em três categorias: figurativa, pois as pinturas são baseadas na fotografia ou na natureza; construtivista; e abstrata. No conjunto de sua obra, porém, é marcante o viés romântico e de aparência antimodernista.

Mais informações:
Assessoria de Comunicação Iphan 
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
(61) 2024-5449
www.iphan.gov.br

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