Iphan leva Dia da Mobilidade ao Centro Histórico de Laguna

publicada em 20 de abril de 2010, às 14h31

 

Dentro das comemorações dos 25 anos de tombamento do centro histórico de Laguna, em Santa Catarina, a comunidade participará do Dia da Mobilidade, em 30 de abril. O evento é promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com apoio prefeitura de Laguna, da Fundação Irmã Vera, do SESC-SC e da empresa ITV contratada para o desenvolvimento do Plano de Mobilidade de Laguna. 

As atividades envolvem diversas atividades,com destaque para a Oficina Participativa, onde população e agentes culturais vão poder pensar o tema mobilidade e acessibilidade no centro histórico. Outras atividades acontecerão durante todo o dia, como o Música na Rua, apresentação do conto A Criação da Noite por contador de história local Thiago Santhiago, além da peça de teatro O Desejo de Chica Boa feita por crianças do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil-PETI e muito mais.

Uma das atividades mais interessantes é uma ação educativa de sensibilização para as dificuldades de mobilidade dos portadores de necessidades especiais. Os participantes terão que utilizar cadeiras de rodas e tapa olhos para sentir os obstáculos que podem prejudicar o acesso a monumentos e outros espaços culturais em função das barreiras arquitetônicas que enfrentam diariamente. A programação do Dia de Mobilidade apresenta também o Curta Mobilidade Urbana, com vários curtas metragens sobre o tema, e o Cine Mobilidade Urbana, que exibirá o longa metragem Ladrões de Bicicleta (Neo-realismo italiano) dentro do projeto Cine Clube Iphan.

Programa Mobilidade e Acessibilidade em cidades históricas tombadas 
Segundo dados do Denatran, cidades grandes com áreas urbanas protegidas pelo Iphan, como Salvador-BA, São Luís-MA, Belém-PA, entre outras, possui um veículo automotor para cada seis habitantes. O crescente número da frota de veículos também agrava os desafios de gestão das áreas protegidas pelo Iphan nas cidades pequenas e médias, como é o caso de Paraty-RJ e Ouro Preto-MG, onde se tem 1 veículo para cada 5 habitantes, taxas equivalentes às observadas em cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Os impactos negativos gerados pela crise de mobilidade urbana em cidades históricas são muitos: o conflito entre a estrutura urbana dos centros históricos, pedestres, veículos particulares e coletivos, congestionamentos freqüentes, poluição sonora e ambiental entre outros.

A acessibilidade física às edificações históricas e monumentos também se coloca como um desafio para a melhoria da qualidade de vida urbana. Obstáculos como postes, escadarias, calçadas inapropriadas, elevações, mobiliário urbano inadequado etc, são fatores de diminuição da acessibilidade das pessoas portadoras de necessidades especiais. 

Para enfrentar este desafio, o Iphan criou o Programa de Mobilidade e Acessibilidade em cidades históricas tombadas, em outubro de 2009, com uma metodologia estruturada em duas etapas. A primeira resulta num diagnóstico com as análises funcionais sobre as relações entre mobilidade, acessibilidade e patrimônio cultural urbano e a visão da população moradora e usuária acerca do tema mobilidade, além da articulação com o governo local, associações civis e movimentos sociais. A segunda etapa é a elaboração do Plano Geral, com a participação do governo e comunidade local.

A proposta do Iphan é a produção de conhecimento técnico das soluções praticadas nacional e internacionalmente e a análise da malha urbana com foco na área tombada, suas características, especificidades de deslocamentos e as necessidades de mobilidade, incluindo veículos privados e coletivos, motorizados ou não, os fluxos de pedestres e o impacto do tráfego nos conjuntos arquitetônicos. Os Planos Gerais de Mobilidade e Acessibilidade em cidades históricas tombadas já estão em desenvolvimento em Ouro Preto-MG, São Francisco do Sul-SC e Paranaguá-PR. 

Em Laguna, o diagnóstico inicial ficou pronto em março. A elaboração do Plano, com as propostas de intervenção, desenho urbano para humanização dos espaços, hierarquia e articulação viária, além de marco legal e outros condicionantes de um Plano de Mobilidade, serão entregues até junho. Com os estudos debatidos e consolidados, o Iphan promoverá reuniões de articulação com o governo e sociedade local para implantar as propostas do Plano.

Mais informações:
Assessoria de Comunicação Iphan 
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
(61) 2024-5449
www.iphan.gov.br

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