Centros Regionais de Formação da UNESCO traçam perspectivas de atuação em rede

publicada em 28 de julho de 2010, às 15h46

 

Representantes dos seis Centros Regionais ligados à UNESCO realizaram na tarde desta terça-feira (27) seu primeiro encontro voltado para a articulação de iniciativas de cooperação bilaterais e multilaterais. Entre os principais temas tratados teve destaque a proposta do governo brasileiro de uma estratégia de organização de um sistema de cooperação e trabalho conjunto. Também foram anunciadas as primeiras atividades planejadas para o centro que está em fase de implantação no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, unidade que foi objeto da assinatura de acordo entre a UNESCO e o Brasil ocorrida nesta segunda-feira.

A proposta brasileira de formação de uma Rede Colaborativa de Centros de Formação Categoria 2 foi exposta pela diretora do Departamento de Articulação e Fomento do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Marcia Rollemberg. Durante a argumentação, foi defendida pelo Iphan a inclusão da dimensão “cooperação” entre as Diretrizes Operacionais da Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO, de1972, que passaria então a formar conjunto com as demais: credibilidade, conservação, capacitação, comunicação e comunidade.

Marcia Rollemberg destacou ainda os possíveis agentes de interesse da rede de centros regionais. Além da própria UNESCO, do Centro do Patrimônio Mundial e de seus órgãos consultivos, participariam dos esforços e dos benefícios de sua ação sistêmica os governos nacionais e locais, as comunidades residentes em áreas próximas de sítios do patrimônio e a comunidade de pesquisadores e especialistas das universidades e outros centros semelhantes. "Nesse sentido, temos a oportunidade de associação com outras redes apoiadas pela UNESCO na área de educação", completou.

Para o coordenador dos centros de categoria 2 da UNESCO, Lodovico Folin Calabi, a discussão promovida em Brasília representou um marco para a estratégia de consolidação de práticas globais coordenadas. Ainda este ano os representantes das seis unidades voltam a se reunir, desta vez no Barein, e em conjunto com membros das cátedras da UNESCO e de centros de pesquisa e ensino nacionais e regionais.

Centro Regional de Formação em Gestão do Patrimônio - Brasil
A reunião também abrangeu breves apresentações dos representantes de cada um dos centros de categoria 2 localizados na China, Bahrein, África do Sul, Noruega, México e Brasil. Em sua intervenção, o coordenador do projeto de implantação da unidade do Rio de Janeiro, Cyro Corrêa Lyra, anunciou as primeiras atividades previstas de capacitação e organização operacional. 

Ainda em agosto de 2010, será ser realizada uma oficina de capacitação para até 400 técnicos de 170 cidades históricas brasileiras, bem como uma reunião entre representantes dos  17 países de língua portuguesa e espanhola da América do Sul, África e Ásia que serão assistidos pelo centro brasileiro. Nos quatro meses seguintes, haverá levantamento de demandas, formação de bases de dados e instalação de um Observatório de Gestão do Patrimônio. No primeiro semestre de 2011, terão início os cursos básicos semestrais, que serão estruturados com módulos à distância e presenciais.

Quanto à inserção da unidade do Rio na rede mundial de centros, Cyro Corrêa Lyra avaliou que esse vínculo trará oportunidades de aproveitamento de experiências que, embora provenientes de realidades distintas, compartilham questões que vão dos desafios da capacitação de gestores aos problemas trazidos pelas mudanças climáticas. "Em assuntos arqueológicos, o Brasil tem muito a aprender com o México. Por outro lado, talvez, possamos contribuir com modelos de envolvimento das comunidades com o patrimônio", exemplificou.

A reunião dos Centros de Formação Categoria 2 foi promovida pelo Centro do Patrimônio Mundial da UNESCO e pelo Iphan, em paralelo à 34a Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, evento do órgão intergovernamental promovido este ano em Brasília sob a presidência do ministro da Cultura brasileiro, Juca Ferreira. 

O encontro teve a participação de integrantes da Fundação Nórdica do Patrimônio Mundial (Noruega), do Centro Regional Árabe para o Patrimônio Mundial (Bahrein), do Fundo Africano do Patrimônio Mundial (África do Sul), do Instituto Regional do Patrimônio Mundial de Zacatecas (México), do Instituto de Treinamento e Pesquisa sobre o Patrimônio Mundial para a Ásia e a Região do Pacífico (China). Também estiveram presentes equipes do Centro Internacional para Estudos e Preservação do Patrimônio Cultural (ICCROM), da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), do Ministério de Meio Ambiente e Florestas e do Serviço Arqueológico da Índia, do Ministério da Cultura da Espanha, do Ministério de Relações Exteriores do Brasil e do Iphan.

Mais Informções:
Assessoria de Comunicação Iphan
Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br
Adélia Soares - adelia.soares@iphan.gov.br
(61) 2024-5449 / 2024-5459
www.iphan.gov.br

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