publicada em 27 de julho de 2010, às 15h53

Sou jovem e sou do mundo. A frase pode resumir os 10 dias de intensa jornada cultural para jovens do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Colômbia que participaram do Fórum Juvenil do Patrimônio Cultural, um evento organizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), paralelo à realização da 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, que acontece em Brasília até o dia 3 de agosto. A cerimônia de encerramento do Fórum Juvenil, dia 24 de julho no Museu Nacional da República, contou com a presença do presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, da diretora do Departamento de Articulação e Fomento do Iphan, Márcia Rollemberg, e de representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco, do Ministério da Cultura e da Hosteling International, parceiros no evento.

Os 45 jovens foram selecionados a partir de projetos com propostas de valorização e salvaguarda do patrimônio (lista dos jovens participantes). Além da homenagem a cada um dos participantes, a cerimônia de encerramento também foi palco para a premiação dos projetos vencedores do prêmio HI-Christina Cameron Youth Award in Brasilia, oferecido pelos Hosteling International. O primeiro lugar ficou com Francisco Leandro de Oliveira,19 anos, da cidade de Maranguape, no Ceará. Ele apresentou o projeto Celeiro dos Bens Naturais e Culturais: descobrindo os bens patrimoniais da nossa cidade. O segundo colocado foi o paraguayo Brian Gines Benjamin, 18 anos, de Assunção, com o projeto Valorización del património. A paraibana de João Pessoa, Fernanda Rocha de Oliveira, 23 anos, e a argentina de Tucuman, Tatiana Carvallio, 20 anos, dividiram o terceiro lugar com os projetos João Pessoa.Br – informatizando a história do nosso patrimônio e Formación de formadores jóvenes, respectivamente.

Durante do encerramento os jovens apresentaram também a Brasília (versión en español de la Carta), um documento com os resultados e as conclusões tiradas pelo grupo acerca da proteção e promoção do Patrimônio Mundial. Para o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, “os jovens tiveram a oportunidade de atuar como protagonistas ativos do processo, encarando os desafios comuns aos gestores do patrimônio”. Já a diretora do Iphan, Márcia Rollemberg, acredita que esse Fórum Juvenil é “o marco de um trabalho que se inicia buscando a cooperação entre os países para a preservação e valorização do patrimônio mundial”. 

O Fórum Juvenil do Patrimônio Cultural
O grupo participante foi constituído por representantes selecionados em todos os estados brasileiros e por mais seis jovens dos países de língua espanhola, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, e Colômbia. O maior intuito da experiência foi conscientizar e educar o público jovem sobre a importância de seu envolvimento na questão do patrimônio e de sua preservação. 

Entre os dias 16 e 24 de julho, os jovens vivenciaram oficinas participativas, palestras, debates e um roteiro de visitas relacionadas a temas ligados ao Patrimônio Mundial, incluindo as cidades de Foz do Iguaçu – PR, São Miguel das Missões – RS, Goiás – GO e Brasília – DF. O grupo pode conhecer pontos turísticos e manifestações culturais populares locais, além de discutir, entre outros temas, a formação étnica e cultural, o crescimento urbano não-planejado e a participação popular na formação da idéia de Patrimônio.

A abertura do Fórum Juvenil de Patrimônio Mundial foi na cidade de Foz do Iguaçu, no estado do Paraná, onde os jovens conheceram um patrimônio natural da maior importância, não apenas pela imponência das Cataratas do Iguaçu, mas também por ser uma parte preservada de um dos biomas mais ameaçados das Américas, a Mata Atlântica. Em seguida, o grupo partiu para a região que guarda a história da ocupação de uma vasta região do Brasil, da Argentina e do Paraguai – as Missões Jesuíticas. Território onde, ao longo dos séculos XVII e XVIII, um próspero conjunto de aldeamentos dos índios Guarani levados a cabo pelos padres jesuítas, foco de disputas que determinaram várias das características culturais e da paisagem daquela região e que tem, até os dias de hoje, e é um local onde está uma das aldeias Guarani Mbyá – Tekoa Koenju, e onde puderam também vivenciar um importante aspecto da vida naquele espaço carregado de cultura e história.

A terceira parada do Fórum Juvenil foi a cidade de Goiás, antiga capital do estado de Goiás, considerada um dos patrimônios mundiais mais importantes dentre os testemunhos urbanos da colonização portuguesa nas regiões produtoras de ouro do interior do Brasil.  E por fim, o grupo chegou à Brasília, uma cidade ao mesmo tempo única por seu plano urbanístico e seus monumentos modernistas, mas também uma grande zona metropolitana que vivencia problemas comuns a tantas outras áreas urbanas semelhantes no Brasil e no mundo.

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