publicada em 26 de julho de 2010, às 16h47

Diversidade cultural brasileira. Esse foi o tema da abertura da 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, na noite do último domingo, dia 25 de julho. Participaram da cerimônia de abertura o presidente do Comitê do Patrimônio Mundial e ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, entre outras autoridades.

O ministro Juca Ferreira destacou a importância da realização da sessão em Brasília em função do aniversário de 50 anos da cidade porque confirma a determinação do governo brasileiro de destacar o patrimônio cultural com o elemento central no projeto de desenvolvimento do país. Segundo ele, “a Convenção do Patrimônio Mundial é o mais importante marco jurídico criado no âmbito da UNESCO, sendo um instrumento internacional indispensável às iniciativas e reflexões na área da cultura”. Juca Ferreira destacou ainda a necessidade de valorizar o patrimônio cultural e natural e pensar a convenção como mecanismo de fomento à cooperação internacional para a promoção do desenvolvimento sustentável.

A diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, elogiou o espírito de amizade dos brasileiros e também a cidade de Brasília, ao chamá-la de “marco do planejamento urbano”. Ela afirmou que o País é cheio de superlativos naturais e citou a Amazônia como “berço de grande biodiversidade” que precisa ser preservada. Irina Bokova também ressaltou que os patrimônios são documentos vivos e, por isso, devem combinar modernidade e tradição. Ela sugeriu ainda a preservação dos sítios históricos com a utilização de novas tecnologias e convidou as populações que vivem próximas a eles para “defender a cultura, em primeiro plano”, uma forma para conquistar a paz, o respeito, o diálogo e a reconciliação entre as comunidades.

Para o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, a 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Cultural está dividida em dois grandes eixos. O primeiro a avaliação e atualização da própria convenção da UNESCO que tem 38 anos de atuação. Segundo ele, como o patrimônio é dinâmico, é necessário acompanhar a modernidade e as tecnologias para garantir a preservação dos bens culturais e naturais. O outro foco é a eleição dos novos Patrimônios Mundial e a avaliação do estado de conservação dos bens que já possuem esse título. Luiz Fernando de Almeida destaca ainda que a realização da reunião no Brasil é a confirmação o trabalho do Ministério da Cultura e do Iphan que valoriza o cidadão com parte integrante da gestão compartilhada do patrimônio.

Fórum Juvenil do Patrimônio Mundial
A solenidade de abertura da 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial contou também com a presença dos 46 jovens do Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Colômbia, que participaram do Fórum Juvenil do Patrimônio Mundial. Os jovens, de 18 a 24 anos, vivenciaram a experiência de conhecer o patrimônio cultural e definir estratégias para sua preservação. Desde o dia 16 de julho, acompanhados por uma equipe do Departamento de Articulação e Fomento do Iphan, que coordenou o evento, eles passaram pelas cidades de Foz do Iguaçu – PR, São Miguel das Missões – RS, Goiás – GO e Brasília – DF, participando de oficinas, palestras e debates sobre o tema Patrimônio Mundial. 

Para os delegados e participantes da Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO os jovens leram a Carta Brasília, um documento com os resultados dos trabalhos realizados e os compromissos que assumiram para proteger e preservar o patrimônio de todo o planeta.

A Sessão do Patrimônio Mundial
Cerca de 800 representantes de 187 países estão reunidos em Brasília, até o dia 3 de agosto. É a segunda vez que a capital brasileira recebe a Sessão. A primeira foi em 1988, um ano após o seu reconhecimento como Patrimônio Mundial Cultural. Os Estados-membros vão analisar a possibilidade de inclusão de 41 itens na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, como bens naturais, culturais e mistos, apresentados por 35 países. O grupo também vai avaliar o estado de conservação de 31 patrimônios que já conquistaram este reconhecimento, mas estão na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo e decidir se incluem nessa lista novas propriedades que necessitam de atenção especial.

Ao se tornar Estado-membro, cada nação assume o compromisso de identificar possíveis novos candidatos à lista de preservação e a proteger aqueles que já são considerados Patrimônios da Humanidade. Ao todo, 148 países têm 890 bens na Lista do Patrimônio Mundial, 17 no Brasil, que não possui nenhum patrimônio em risco e deve ter avaliada este ano a candidatura da Praça de São Francisco, no município de São Cristóvão, em Sergipe. As reuniões serão a portas fechadas e comunicados informarão as possíveis alterações na lista de bens ou nos critérios adotados pelo Comitê do Patrimônio Mundial.

Mais Informações:
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Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br
Adélia Soares - adelia.soares@iphan.gov.br
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