Novo Teatro Santa Izabel emociona comunidade de Diamantina

publicada em 14 de julho de 2010, às 14h30

 

Uma festa reunindo tradição e modernidade marcou a inauguração do novo Teatro Santa Izabel em Diamantina, Minas Gerais. Na noite de 13 de julho, a população se reuniu no Largo do Rosário, no Centro Histórico da cidade, para receber a obra realizada pelo Programa Monumenta, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a prefeitura municipal. Com investimentos de R$ 1,7 milhão o prédio da Cadeia Velha foi totalmente recuperado. A fachada foi restaurada e o imóvel foi requalificado para a implantação de um cine-teatro com equipamentos moderno, salas de exposição e multiuso. O Iphan investiu ainda mais R$ 600 mil para a aquisição das poltronas, sonorização e vídeo, mobiliário administrativo, iluminação cênica e vestimentas cênicas.

Na solenidade de abertura do teatro, o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, cumprimentou a população de Diamantina pela determinação na recuperação do espaço cultural, uma luta de mais de dez anos. “O que mantém um patrimônio é a agregação da vida comunitária na manutenção da vida cultural”, disse o presidente do Iphan ressaltando o envolvimento da sociedade e dos agentes públicos que uniram esforços para a recuperação do imóvel que faz parte da história de Diamantina. Grupos de músicos e artistas locais marcaram a inauguração do novo espaço relembrando os tempos de glória vividos no antigo Teatro Santa Izabel, palco de grandes peças e festas no século XIX.

Na mesma noite, o Programa Monumenta/Iphan lançou o livro Igreja de São Francisco de Assis em Diamantina, da Coleção Grandes Obras e Intervenções. Pouco antes, durante a tarde, o presidente do Iphan participou da inauguração da Oficina-Escola José Lopes de Figueiredo (homenagem a um antigo mestre da equipe de obras de 1938 a 1974) do escritório técnico do Iphan, destinado à equipe de obras do escritório técnico local. O grupo é responsável por intervenções de restauração estrutural e arquitetônica, além de executar reparos em peças e monumentos tombados. O galpão abriga também uma marcenaria completa e madeiras apreendidas pelo Ibama que serão usadas nas obras realizadas em Diamantina.

A Cadeia Velha e o Teatro Santa Izabel
O imóvel no coração de Diamantina é um marco na história local. No início do século XIX, o antigo quartel, no Largo do Rosário, foi adquirido pelo Hospital de Caridade, hoje Santa Casa de Caridade de Diamantina, para ser transformado em casa de espetáculo e angariar recursos para o tratamento de pacientes pobres. Desta forma, o Teatro Santa Izabel foi inaugurado em quatro de julho de 1838, dia em que se comemora a santa padroeira do hospital. O teatro foi palco de grandes espetáculos, festas de casamentos, bailes, saraus e as folias de Momo. A partir de 1907, o teatro passou a ser também cinema. No entanto, com a crise econômica do início do século XX, o teatro foi fechado e, em 1912, o prédio foi demolido. Em seu lugar, foi construída a Cadeia Pública de Diamantina que funcionou até a década de 1980, quando foi desativado. Desde então, o imóvel ficou abandonado e foi se deteriorando com a ação do tempo.

Em 2007 o Programa Monumenta começou os trabalhos de requalificação da Cadeia Velha. A fachada de arquitetura eclética foi mantida, e o imóvel recebeu ainda um acréscimo construtivo, onde hoje fica o auditório, adaptado para uma linguagem mais contemporânea. Hoje, a comunidade de Diamantina possui um espaço moderno para a apresentação de peças teatrais ou exibição de filmes. O auditório é um ambiente com ar condicionado e sofisticado sistema de sonorização e vídeo. São 128 lugares, incluindo área para portadores de necessidades especiais. As poltronas são estofadas e numeradas, com assento rebatível e braços em madeira maciça. Ao fundo do palco estão os camarins com instalação sanitária e bancada para maquiagem. O prédio possui ainda área administrativa, com dois guichês de bilheterias e espaço para reuniões, banheiros para o público com as adaptações necessárias aos portadores de necessidades especiais, foyer, sala multiuso e área externa para eventos.

A Igreja de São Francisco em Diamantina
A programação cultural do dia 13 de julho em continua durante a noite. Às 20h30 será o lançamento do livro Igreja de São Francisco de Assis em Diamantina, da Coleção Grandes Obras e Intervenções, do Programa Monumenta/Iphan. A publicação é uma minuciosa pesquisa desenvolvida pela professora Selma Melo Miranda a respeito da história da Igreja de São Francisco de Assis, desde sua construção por iniciativa da Ordem Terceira em 1766, com o registro de todas as intervenções e obras de restauro que o monumento recebeu. A última intervenção foi concluída em 2008 pelo Programa Monumenta que promoveu uma ampla restauração do monumento, tombado em 1949.

As obras, que incluíram a recuperação arquitetônica do edifício e de seus elementos artísticos e bens integrados, foram promovidas em parceria com a prefeitura municipal e coordenadas pela equipe de obras do Iphan em Diamantina. Foram reparadas as estruturas da edificação e da cobertura, com substituição das peças deterioradas e telhas. As instalações elétricas e de segurança passaram por reforma geral. A igreja recebeu nova pintura e um sistema de drenagem, e o relógio da torre está em pleno funcionamento depois de 20 anos parado.

Mais informações:
Assessoria de Comunicação
Adélia Soares - adelia.soares@iphan.gov.br
Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br
(61) 2024-5449 / 2024-5459

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