Patrimônio Cultural do Rio São Francisco é foco de projeto intergovernamental

O Patrimônio Cultural do Rio São Francisco unirá esforços conjuntos de proteção, preservação e salvaguarda, a serem desenvolvidos pelo Iphan, em parceria com órgãos vinculados aos ministérios do Meio Ambiente, das Minas e Energia e da Pesca e Aqüicultura, e com a Agência Nacional de Águas (ANA). A proposta foi discutida em reunião realizada no Ibama, no dia 18 de novembro, após apresentação pelo Iphan do inventário de varredura dos patrimônios culturais, realizado entre 2008 e 2009 em cerca de 90 municípios do vale do rio, desde as suas nascentes na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até a foz em Piaçabuçu, entre os estados de Alagoas e de Sergipe.

Segundo as técnicas do Departamento de Patrimônio Material e de Fiscalização – Depam do Iphan, Fátima de Macedo e Mônica Mongelli, o inventário de conhecimento atestou a importância balizadora do rio para a interiorização da colonização européia, cuja herança pode ser observada ainda hoje em edificações históricas, igrejas missioneiras e no patrimônio rural. A partir da segunda metade do século XIX, os vapores, as estradas de ferro e as hidroelétricas marcariam o apogeu econômico do vale no século XX, cujo legado está presente em belos conjuntos urbanos de art decó e eclética. O inventário do Iphan revelou também a força do patrimônio imaterial, das manifestações culturais, festas religiosas, ao artesanato e patrimônio lingüístico.

Estratégico para a constituição do Brasil como o conhecemos hoje, o Rio da Unidade Nacional foi também palco e fonte de vida para os primeiros habitantes do continente. Como mostrou o inventário de varredura realizado pelo Iphan, a dimensão e a riqueza do patrimônio arqueológico e espeleológico é testemunha desta importância do rio e pode ser contemplada em centenas de sítios arqueológicos cadastrados no Conselho Nacional de Arqueologia - CNA, como no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Januária, Minas Gerais. 

Propostas
Entre as proposições discutidas durante a reunião, estão a constituição de Grupo de Trabalho para tratar das ações incidentes no Rio São Francisco, a formação de um banco de dados específico e temático, o aproveitamento dos inventários e mapeamentos territoriais realizados para definir ações específicas, o georreferenciamento efetivo dos inventários como forma de acesso à incidência do patrimônio e gestão do território e a sistematização de rotinas de consulta aos cadastros e informações das instituições envolvidas. Além disso, os representantes decidiram tratar a temática do Rio São Francisco como projeto piloto para efetivar a integração entre os órgãos públicos da administração federal.

Como primeiro passo nessa direção, o Iphan disponibiliza, abaixo, a síntese do inventário. Em breve, a íntegra das informações sobre áreas tombadas, áreas protegidas, inventariadas, mapeadas e reconhecidas estará disponível.

Relatório de Contextualização Geral 1
Relatório de Contextualização Geral 2

Compartilhar
Facebook Twitter Email Linkedin