Iphan promove I seminário interestadual do patrimônio cultural monçoeiro

A Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional no Mato Grosso do Sul (Iphan-MS) promove nos próximos dias 10 a 12 de novembro, na cidade de Coxim, o I Seminário Interestadual sobre o Patrimônio Monçoeiro. O evento tem como objetivo o resgate e a projeção da identidade cultural monçoeira, assim como a história da ocupação das regiões norte do estado de Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso por meio das Monções.

O encontro promove a discussão sobre este rico patrimônio cultural, dada sua importância macroregional tanto como gerador de renda e novas oportunidades para a população ribeirinha, quanto como irradiador dos múltiplos elementos que formam a identidade e o tecido sócio-cultural pantaneiro. Entre os temas debatidos estão a rota das monções como paisagem cultural, conforme nova categoria de proteção dos bens, instituída pelo Iphan em 2009 –, e como eixo do desenvolvimento sustentável. Ao final do seminário, será elaborada a Carta das Monções, reunindo todas as propostas e projetos para a gestão integrada e compartilhada do patrimônio cultural monçoeiro a curto, médio e longo prazos.

Na sequência do evento, terá início uma expedição monçoeira – que ocorre há mais de dez anos – com o objetivo de divulgar a Rota das Monções – os caminhos fluviais que ligavam São Paulo às minas de ouro de Cuiabá nos séculos XVIII e XIX e que promoveram a ocupação do centro-oeste brasileiro. Neste ano, a expedição terá como tema central a discussão sobre as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) que estão em fase de instalação em trechos dos rios relativos à rota histórica. 

No estado do Mato Grosso do Sul, o levantamento da Rota das Monções com vistas a ações de preservação já está sendo finalizado.  No caso dos estados de São Paulo e Mato Grosso, a expectativa é a de que os trabalhos de levantamento sejam iniciados no próximo ano.

Rota das monções
Originalmente, o termo Monção referia-se aos fortes ventos dos mares do sul que impulsionavam as embarcações marítimas e facilitavam as navegações. Na historiografia brasileira, tal denominação deve-se ao fato de que a maioria das viagens monçoeira se realizava na época do inverno, período de maior navegabilidade dos rios pantaneiros. Os viajantes utilizavam embarcações de um tronco só de madeira, conforme a tradição indígena, e as técnicas de navegação apropriavam também a experiência dos índios: os homens remavam em pé, ao mesmo tempo.

O caminho percorrido tinha dois trechos e demoravam-se em média cinco meses para se realizar a viagem entre São Paulo e as Minas de Cuiabá, passando por toda a extensão do norte do atual estado de Mato Grosso do Sul.

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