MinC e Iphan recebem da Petrobras proposta para tombamento de área de exploração de petróleo na BA

Os dois poços foram pioneiros na prospecção no Brasil e, às vésperas de completar 70 anos, um deles continua ativo 

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Bahia (Iphan/BA), Carlos Amorim, receberam na tarde desta segunda-feira (20), em Salvador (BA), o pedido formal de tombamento do sítio histórico de Lobato e Candeias, região baiana onde foram localizados os primeiros poços para exploração de petróleo do Brasil. Um deles continua em produção e completará 70 anos em 2011. A proposta para que o Ministério da Cultura (MinC) preserve o local a partir das diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) partiu da própria Petrobras.

“A descoberta desses poços foi um marco importante para a indústria do petróleo no Brasil, que hoje tem como sua representante a Petrobras, e também para a soberania nacional. Ainda mais porque técnicos estrangeiros diziam não haver petróleo no país”, explicou o ministro. Sobre a preservação do sítio histórico, Juca Ferreira salienta que “é importante importante que a gente vá ampliando os espaços da memória brasileira e que reconheça a grandeza de cada gesto”.

O ministro recebeu o dossiê A descoberta do petróleo no Brasil – Um marco de transformação da sociedade brasileira, que traz documentos históricos, fotografias e análises técnicas que justificam a necessidade de se preservar o local. O relatório foi produzido pela equipe de Gilberto Melo, coordenador do projeto de tombamento da Petrobras. De acordo com ele, esta é a primeira vez que uma área de exploração de petróleo a ser tombada. Após ser entregue ao ministro, a proposta será apresentada ao Iphan, que analisará a possibilidade de conceder ao local o título de patrimônio histórico brasileiro.

Lobato e Candeias
O primeiro poço de petróleo no Brasil foi descoberto em 1939, no bairro de Lobato, periferia de Salvador. De acordo com Gilberto, “lá apenas indicava que havia petróleo na região. Já em Candeias, no Recôncavo Baiano, foi localizado em 1941 o primeiro poço de exploração comercial”. O pesquisador acrescenta que o poço de Candeias mantém uma produção simbólica, de 10 barris ao dia.

De acordo com o dossiê, o sítio que abrange os dois locais representa um marco referencial da história da prospecção de petróleo no Brasil, do desenvolvimento econômico nacional, do debate público sobre o petróleo na sociedade brasileira e da evolução do conhecimento geológico no país.

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