Comunidade participa do processo de regularização fundiária em Serra do Navio (AP)

Reunião comunitária sobre as etapas da topografia na Serra do Navio aconteceu no ginásio de esportesFoi dado um novo passo para o Projeto de Regularização Fundiária e Cidadania, Valorização Histórica, Urbanística e Ambiental de Serra do Navio (AP), localizada no estado do Amapá, a 200 km de Macapá. Desde abril de 2010, o município foi tombado como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por suas características pitorescas. Com a participação de aproximadamente 100 moradores, a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (UFPA) realizou, no último dia 28 de agosto, no Ginásio de Esportes Municipal de Serra do Navio, uma reunião comunitária. O objetivo foi compartilhar conhecimentos sobre as etapas que compõem o processo do levantamento topográfico que permitirá a realização do mapeamento da área urbana do município. 

Participaram da reunião gestores do Executivo e Legislativo municipal, além de engenheiros, topógrafos, arquitetos e assistentes sociais da instituição federal de ensino. Além do Iphan e da UFPA, o projeto tem apoio da Superintendência do Patrimônio da União (SPU), a Prefeitura Municipal de Serra do Navio e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).  

Ficou pactuado com a comunidade serrana que, a partir de 15 de setembro, a topografia terá continuidade e envolverá engenheiros, topógrafos e arquitetos da universidade. Neste mesmo mês, com indicativo para a segunda quinzena, será realizada a oficina de preservação, que terá a participação de gestores da Prefeitura, de membros do Grupo de Trabalho Municipal de Serra do Navio (GTM-SN), de representantes do Iphan e da Comissão de Regularização Fundiária. Em 1º de outubro ocorrerá outra reunião com os parceiros do projeto na sede da UFPA, em Belém, enquanto o cadastro social da comunidade iniciará em novembro. “


Histórico Serra do Navio
Construções da Vila Serra do Navio, no Amapá, cidade planejada e erijida entre as décadas de 1950 e 1960. Foto: Dalmo Vieira FilhoO nome da cidade foi escolhido porque, olhando de um avião, o rio que passa em frente à Vila tem a forma de um navio. A partir da descoberta de manganês na região, na década de 1940, a Indústria e Comércio de Minério (ICOMI) obteve a concessão de área para construção de um porto na área onde também foi construída uma cidade e uma estada de ferro para escoar a produção. Serra do Navio é importante também para compreensão do processo de ocupação da Amazônia. Tratava-se de um núcleo urbano associado a um modelo avançado de empreendimento capitalista, que oferecia as melhores condições de moradia, saúde, educação e lazer para atrair mão-de-obra especializada ao mesmo tempo em que formava os operários locais. Foram investidos recursos no saneamento e serviços médicos aos trabalhadores para garantir qualidade de vida aos moradores e sucesso na exploração mineral. 
 
O arquiteto Oswaldo Bratke propôs a implantação da vila em duas elevações suaves afastadas do rio, separadas por um pequeno vale. O local era privilegiado por possuir boa visão da paisagem e boa ventilação. Além de usar como modelo as cidades construídas com o mesmo objetivo na Venezuela e nos Estados Unidos, ele pesquisou como viviam os caboclos da região e apresentou sua proposta do que poderia ser a arquitetura amazônica modernista. O projeto de Bratke primava por soluções arquitetônicas que procuravam adequação à realidade amazônica para dar maior conforto devido ao clima quente e úmido dos trópicos, com utilização de materiais construtivos locais.
 
O traçado urbano foi desenvolvido segundo os preceitos da arquitetura e urbanismo modernista e apresenta um plano urbanístico com definição de zonas destinadas ao uso habitacional, ao trabalho, à circulação e ao lazer. A hierarquização das unidades familiares seguia os níveis funcionais da empresa: staff, vila intermediária e vila operária. E na área central estavam localizadas áreas destinadas aos equipamentos de administração, educação, saúde, lazer, igreja para culto ecumênico e comércio. O núcleo urbano foi dotado de energia elétrica, abastecimento de água tratada, drenagem, esgoto e coleta de lixo.

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