Uma iniciativa inovadora tem promovido resultados efetivos para a gestão integrada do patrimônio cultural dos povos de terreiros. Trata-se do curso de extensão em gestão e Salvaguarda do Patrimônio Cultural idealizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em prática desde julho de 2015. 

O principal objetivo é fortalecer o intercâmbio e as redes de solidariedades entre as comunidades de terreiro atualmente acompanhadas por instituições de salvaguarda do patrimônio cultural, como o Iphan e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), e outros parceiros, como é o caso da UFBA, que vem atuando na implantação de políticas de gestão integradas.

Assim, o curso é voltado para lideranças dos espaços sagrados, e busca aprofundar as reflexões sobre salvaguarda compartilhada do patrimônio cultural, tendo como eixos de formação as noções de territorialidade, gestão do patrimônio, sustentabilidade, residência social e a construção de planos de preservação. Como resultado, espera-se a construção coletiva de planos de preservação e salvaguarda pautado no território de uma dada comunidade, levando-se em conta, os indivíduos, os ambientes, a comunidade e o seu entorno.

A próxima etapa acontece nos dias 17 e 18 de março, na UFBA, onde estarão reunidos atores estratégicos para a viabilização e pactuação dos planos de salvaguarda, previstos para abril deste ano. Da ocasião participam os diretores do DEPAM e DPI, o superintendente e técnicos do Iphan na Bahia, acompanhados por integrantes do Grupo de Trabalho Interdepartamental para Preservação do Patrimônio Cultural de Terreiros (GTIT) do Iphan, criado em 2013.

O Grupo surgiu devido a necessidade de fortalecimento das políticas de patrimônio cultural voltadas às manifestações, mediante a crescente identificação e proteção relativas aos bens culturais dos povos e comunidades de matriz africana. O curso de extensão é apenas uma das ações em prol de uma agenda pública nacional de preservação e salvaguarda dos patrimônios materiais e imateriais que compõe o espaço físico e simbólico abrangido e gestado pelos povos tradicionais de terreiros.