Tradição e memória estão preservadas em cidades catarinenses

Nascidas de imigrantes europeus, especialmente das atuais Alemanha, Itália, Polônia e Ucrânia, cidades do Estado de Santa Catarina têm preservado a história de seus ascendentes que chegaram à região entre meados do século XIX e XX. Enquanto a região Sul do estado concentrou as influências da imigração italiana, na região do Vale do Itajaí, onde estão os municípios de Jaraguá do Sul e Pomerode, as referências da imigração alemã estão por toda parte.

A língua nativa de seus antepassados, ensinada às gerações mais novas, é usual nas conversas familiares e reflete o orgulho de pertencimento à cultura do povo que ali fincou raízes. À mesa, estão receitas tradicionais como o pão de cará, o kochkäse (queijo cozido), a gengibirra ou cerveja de gengibre (ingwerbier ou spritzbier), além da linguiça. No passeio pela região sulista, além dos conjuntos urbanos e rurais de Rio da Luz e Testo Alto, estão também construções enxaimel, uma técnica trazida para o Brasil pelos imigrantes alemães. 

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem auxiliado no trabalho de preservação já desenvolvido pela própria comunidade e promove ações de proteção e valorização da produção tradicional e do modo de vida relacionado à paisagem cultural da Imigração em Santa Catarina. 

Oficinas de formação em educação patrimonial, o resgate de receitas tradicionais e a criação dos Roteiros da Imigração são algumas das iniciativas do Instituto que alia a preservação do patrimônio cultural com uma alternativa de desenvolvimento humano e econômico equilibrado e sustentável, sendo uma forma alternativa de geração de renda que, com a visitação local, pode trazer uma nova oportunidade de sustentação econômica para vários municípios. 

O tombamento como instrumento de proteção 
O patrimônio cultural pode ser protegido por legislação em três esferas: nacional, estadual e municipal. O Iphan é o órgão federal responsável por fiscalizar a manutenção das características daquele bem que detém interesse público. O objetivo do tombamento é preservar a paisagem e a ambiência da região, algo que poderia se perder caso as demandas por construções, ampliações, reformas e parcelamento do solo fossem executadas sem qualquer critério. 

Antes da proteção federal, ocorrem notificações, audiências públicas e encontros comunitários abertos para falar sobre o processo e elaboração das normativas, a exemplo do que aconteceu na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, um no Salão Barg no Rio da Luz- Jaraguá do Sul e outro no Salão Belz, em Testo Alto - Pomerode.

Os tombamentos de bens relacionados ao patrimônio da imigração em Santa Catarina incluem casas, igrejas, escolas, sítios e lojas, além dos núcleos rurais de Rio da Luz e Testo Alto. O reconhecimento é fruto de um trabalho de mais de vinte anos desenvolvido pela Superintendência do Iphan em Santa Catarina, em conjunto com a Fundação Catarinense de Cultura e com os diversos municípios que integram o projeto. A parceria entre Iphan, Estado e municípios foi oficialmente criada em 2007, quandofoi assinadoo Termo de Cooperação do projeto Roteiros Nacionais de Imigração.

Projetos de modificação e adaptação 
Por ser uma propriedade privada, o Iphan não possui ingerência sobre a venda de terrenos ou imóveis.Sendo um bem de interesse público, cabe ao Instituto preservar as características que resultaram no reconhecimento, orientando o interessado sobre as adaptações podem ser feitas no projeto em função das diretrizes estabelecidas para o local. Todos os projetos encaminhados recebem  resposta  do Instituto em até 45 dias, prazo máximo legal determinado pela portaria nº 420/2010. 

A responsabilidade do bem é do proprietário e cabe a ele a preservação. Não tendo condições de fazê-lo, deve informar oficialmente ao Iphan de sua hipossuficiência. Todavia, o Iphan desenvolve com frequência projetos voltados a auxiliar os proprietários dos imóveis em relação à manutenção dos bens. No projeto Roteiros Nacionais da Imigração, que abrange 16 municípios, foram realizadas diversas obras de restauração pelo Iphan, em vários municípios, entre elas pode-se citar: o Sítio Tribess, a Casa Rux, a Casa Siewert, a Casa Wacholz, a Casa Wunderwald, em Testo Alto e Rio da Luz, nos municípios de Pomerode e Jaraguá do Sul. 

Atendimento à comunidade
A Representação do Iphan em Santa Catarina no Vale do Itajaí recebe a comunidade para atendimento e esclarecimento de dúvidas tanto em Jaraguá do Sul quanto em Pomerode. A Representação está localizada junto à Fundação Cultural de Jaraguá do Sul e para atendimento basta ligar para (47) 2106.8700 ou agendar pelo e-mail representacao.sc@iphan.gov.br. Já em Pomerode, o atendimento é realizado nas quintas-feiras na Fundação Cultural de Pomerode das 14h às 17h e não é necessário agendamento. Os projetos podem ser encaminhados diretamente ao Iphan ou por meio das prefeituras municipais de Pomerode e Jaraguá do Sul.

Casa Wacholz em Pomerode Santa Catarina

Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Iphan

comunicacao@iphan.gov.br
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
Ananda Figueiredo – ananda.figueiredo@iphan.gov.br
Carmen Lutosa – carmen.costa@iphan.gov.br
Iris Santos – iris.santos@iphan.gov.br
Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br
(61) 2024-5512 / 2024-5513 
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