Casinha feita de cacos, na Região dos Lagos (RJ), pode ser tombada pelo Iphan

Em 1912, Gabriel Joaquim dos Santos (1892-1985), um trabalhador nas salinas, em São Pedro D’Aldeia, na Região dos Lagos (RJ), filho de uma índia e de um ex-escravo, abusando de sua criatividade decidiu construir sua própria casa. Singela, com paredes em taipa e utilizando esteios em madeira roliça, o que chama a atenção é aquilo que o próprio Sr. Gabriel diz ser uma “casa feita de caco transformado em flor”. O tombamento da Casa da Flor é uma das pautas da 82ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que se reúne na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, no dia 15 de setembro.

Na mesma data, os conselheiros avaliam também a proposta de tombamento do antigo edifício do Supremo Tribunal Federal (STF), também no Rio de Janeiro, e o pedido de registro com Patrimônio Imaterial do Brasil da Romaria de Carros de Boi da Festa do Divino Pai Eterno, de Trindade (GO).

Tudo caquinho transformado em beleza
Quando a construção de sua casa já estava em andamento, Sr. Gabriel contava que, em 1923, inspirado por um sonho, começou a embelezar a casa com mosaicos, esculturas e enfeites diversos coletados no lixo e a partir de objetos quebrados. Segundo ele, eram “coisinhas de nada”; eram búzios, conchas e outros depósitos da lagoa, detritos industriais, pedaços de azulejos e faróis de automóveis que transformaram a construção. 

Quem chega à Casa da Flor passa, primeiramente, por uma pequena escadaria guarnecida de pedras e ladeada de flores confeccionadas por cacos de louças e telhas. Nenhum arranjo é igual ao outro. Um corredor externo delimitado por um muro igualmente feito de coisas quebradas determina um primeiro espaço de convivência, ao ar livre, onde há um banco com motivos abstratos e figurativos, como flores, folhas, cachos de uva, carrancas. Internamente, a casa em formato de T, guarda outras surpresas, já que até mesmo o observador mais atento não consegue perceber todos os elementos que compõe os seus três ambientes. 

Após a morte do seu proprietário, a casa foi recuperada com recursos públicos e hoje é mantida por meio de projetos culturais. A casa possui um tutor, o sobrinho do Sr. Gabriel, que cuida da conservação da propriedade e da recepção aos visitantes.

O Conselho Consultivo 
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro pleiteados ao Iphan é formado por especialistas de diversas áreas como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

Serviço:
82ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
Dia:
15 de setembro de 2016, de 9h às 18h
Local: Sede do IPHAN
          SEPS 713/913 Bloco D – Ed IPHAN – Asa Sul 
          Brasília – DF

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