Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular apresenta em exposição a arte da tecelagem

O fio que resulta em redes, tapetes e mantas, também tem entrelaçado, no município sergipano de Poço Verde, uma comunidade ao redor da prática de tecelagem. Os materiais produzidos e a história da prática em municípios de Sergipe são temas da exposição da Sala do Artista Popular do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) – unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – disponível ao público de 27 de outubro a 11 de dezembro na cidade do Rio de Janeiro. 

Em tempo de chuva, seus moradores dedicam-se às plantações de milho e feijão, de girassol e palma, além da criação de gado bovino. Chegada à seca restava-lhes buscar outra ocupação. Assim, iniciada a cerca de 50 anos como uma atividade solitária de Maria Filha de Jesus (Dona Fiinha) para auxiliar na economia doméstica durante o período de entressafra, o tear de pedais foi se disseminando entre os moradores dos arredores que desenvolveram técnicas para fiar o algodão, fabricar teares, aperfeiçoar os tecidos e das demais etapas de produção e acabamento.

A exposição Do Fio À Rede: Tecelagem De Poço Verde mostra a atividade em Poço Verde que utiliza teares rústicos de dois pedais, sistema pelo qual se obtém infinitas composições de listrados e xadrezes ou, ainda, efeito rajado. Ao longo dos anos, com a organização da comunidade em torno da prática, foi criada no ano de 2010 a Associação de Cultura Artesanal de Poço Verde – Tecelagem Amargosa. 

Atualmente, a tecelagem pode ser observada em unidades de produção de base familiar, nos municípios de Poço Verde, Tobias Barreto, Lagarto e em Aracaju. Embora não a utilizem normalmente, as tecelãs e tecelãos de Amargosa e Malhadinha, por exemplo, dominam também a técnica de tecelagem em tear vertical, e adaptaram seu princípio, passando a introduzir manualmente, na trama tecida no tear de dois pedais, motivos gráficos e figurativos, nomes e dizeres. Alguns artesãos do município utilizam ainda o tear de quatro pedais, em que é possível obter tecidos com composições geométricas complexas e variadas. 

As tecelãs e tecelãos de Poço Verde se orgulham da qualidade de seus produtos, percebida na trama sem nós de emenda; na regularidade dos padrões; nos punhos feitos nos fios do próprio urdume, possibilitando que as redes suportem grande peso, e nos mamucabos bem feitos, que impedem que se fechem sobre o corpo.

Toda essa singularidade dessa produção estará disponível também para venda no espaço que integra uma das ações do programa permanente voltado para a produção de arte popular e artesanato brasileiros, que envolve também ações de pesquisa, documentação, difusão e fomento.

Serviço
Exposição Do Fio À Rede: Tecelagem De Poço Verde
Período:
27 de outubro a 11 de dezembro de 2016
De terça a sexta, de 11 às 18h. Sábados, Domingos e feriados, de 15 às 18h
Local: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Edereço: Rua do Catete, 179 – Catete, Rio de Janeiro, RJ
Saiba Mais: www.cnfcp.gov.br 

Parceria institucional
Vale 

Realização
Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural – Promoart
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/Iphan/MinC

 

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