Iphan participa de mesa redonda na Festa do Divino de Paraty

Suas manifestações e rituais ocorrem ao longo da semana que antecede o Domingo de Pentecostes, principal dia da festaRegistrada como Patrimônio Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2013, a Festa do Divino de Paraty (RJ) neste ano acontece de 26 de maio a 4 de junho. Uma das mais tradicionais e aguardadas celebrações religiosas da cidade, a festa é realizada há mais de três séculos. Originária de Portugal, celebra o Domingo de Pentecostes, que acontece cinquenta dias depois da Páscoa.

Vão ser dez dias de missas, ladainhas, bebidas, comidas, danças típicas e shows musicais. As atrações acontecem no Centro Histórico de Paraty e nos arredores e interior da Igreja da Matriz de Nossa Senhora dos Remédios – a mais importante da cidade. A programação musical foi idealizada em parceria com o Sesc e traduz o resgate pela tradição do caiçara, com apresentação de cirandeiros e demais artistas locais.

No dia 3 de junho, haverá uma mesa de debates sobre Patrimônio Imaterial com profissionais com expertise na classificação de bens culturais como Patrimônio Cultural Brasileiro no Casarão do Sesc Paraty. Como convidados estão o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Hermano Fabrício Oliveira Guanais Queiroz, e a superintendente do Iphan-RJ, Mônica Costa.

Os preparativos para a Festa do Divino começaram um ano antes. Nesta edição, um grupo formado por seis festeiros responde pelo planejamento da celebração, que envolve praticamente toda a comunidade e mobiliza dezenas de voluntários. A comissão da festa conta com mais de cem pessoas trabalhando durante todo o ano. Para o almoço do Divino, cerca de 50 senhoras da paróquia cozinham durante uma semana e preparam mais de seis mil pratos, que são servidos no segundo sábado da festa. O destaque do almoço é a tradicional farofa de feijão, feita com a especial farinha de mandioca de Paraty.

Histórico 
A celebração do Espírito Santo é uma manifestação cultural e religiosa, de origem portuguesa, disseminada no período da colonização e ainda hoje presente em todas as regiões do Brasil, com variações em torno de uma estrutura básica: a Folia, a Coroação de um imperador, e o Império do Divino, símbolos principais do ritual. As festas do Divino constituem-se numa relação de troca com a divindade. São festas de agradecimento, de pagamento de promessas, de cooperação entre os indivíduos da comunidade.

Em Paraty, a festa vem incorporando outros ritos e representações que agregam elementos próprios e específicos relacionados à história e à formação de sua sociedade. É uma celebração profundamente enraizada no cotidiano dos moradores, um espaço de reiteração de sua identidade e determinante dos padrões de sociabilidade local. Constituída por vários rituais religiosos e expressões culturais, a Festa se realiza a cada ano, iniciando no Domingo de Páscoa com o levantamento do mastro. Suas manifestações e rituais ocorrem ao longo da semana que antecede o Domingo de Pentecostes, principal dia da festa. A celebração propicia momentos importantes, símbolos de caridade e de colaboração entre a comunidade, como o almoço do Divino, a distribuição de carne abençoada e de doces.

Fazem parte dos rituais manifestações como a procissão que segue da casa dos festeiros e carrega os signos da devoção (quadro, bandeiras, bastão, o mundo e a pomba); a Folia do Divino, encarregada de anunciar e orientar todas as cerimônias inerentes à festividade, e que passa de casa em casa, visitando os fiéis, acompanha as procissões, entre outras. O Império do Divino, montado na casa do festeiro, onde ficam expostas as insígnias imperiais e as bandeiras; a Alvorada Festiva com a Banda Santa Cecília, que despertam a cidade no dia da festa; o bando precatório, encarregado da esmolação; as ladainhas, procissões, novenas, missas, a coroação do imperador e a representação da soltura de um preso, também compõem a festa do Divino de Paraty que inclui, ainda, outras manifestações culturais como os chamados bonecos folclóricos: o Boi-de-pano, ou Boi-da-festa, o Cavalinho e o Capinha, o Peneirinha e a Miota, ou Minhota.

Além disso, estão presentes os divertimentos como as competições esportivas, as gincanas, os concursos, os musicais, os shows de calouros. O bingão do Divino, que acontece antes da festa, é um momento de socialização e de interrupção da vida cotidiana, e ainda arrecada recursos para a celebração.

 

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Festa do Divino Espírito Santo de Paraty

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    A celebração do Espírito Santo é uma manifestação cultural e religiosa, de origem portuguesa, disseminada no período da colonização e ainda hoje presente em todas as regiões do Brasil
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    O levantamento do mastro do Divino Espírito Santo é um dos pontos altos dessa festa de forte religiosidade e que envolve a participação de diversos cortejos e procissões
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    Suas manifestações e rituais ocorrem ao longo da semana que antecede o Domingo de Pentecostes, principal dia da festa
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    É uma celebração profundamente enraizada no cotidiano dos moradores daquela cidade, um espaço de reiteração de sua identidade e determinante dos padrões de sociabilidade local
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    A Dança do Marrapaiá, na festa do Divino Espírito Santo em Paraty, é uma das expressões da rica sociabilidade que marca essa festa de integração e solidariedade comunitária
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