Decisão sobre tombamento da Ladeira da Misericórdia (RJ) será no próximo dia 27

Ladeira da Misericórdia

Um dos mais importantes vestígios do surgimento da cidade do Rio de Janeiro (RJ) está perto de se tornar Patrimônio Cultural Brasileiro. No próximo dia 27 de setembro, durante a 87ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, será discutida a proposta de tombamento, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do trecho remanescente da Ladeira da Misericórdia. Esta é uma das primeiras vias públicas da cidade e contém uma série de referências históricas e simbólicas. 
 
A ladeira resistiu ao tempo e a todo desmanche promovido ao seu redor e agora poderá ser definitivamente preservada. Aberta em 1567 e ainda mantendo seu calçamento pé-de-moleque, feito por escravos, a Ladeira da Misericórdia fica ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso (a mais antiga da cidade) e do prédio do hospital da Santa Casa da Misericórdia, ambos tombados pelo Iphan. O trecho remanescente, que poderá ser tombado, limita-se, hoje, a cerca de 40 metros.

A cidade do Rio de Janeiro começou neste primeiro acesso ao Morro do Castelo, que era delimitado pelas atuais ruas São José, Santa Luzia, México e o Largo da Misericórdia, no Centro. Com o tempo, outros dois acessos passaram a levar ao Morro do Castelo: as ladeiras do Carmo e do Poço do Porteiro, depois denominada Ladeira do Seminário. A Ladeira da Misericórdia é a única que teve um trecho preservado.

O Morro do Castelo
Com uma área de 180 mil metros quadrados e conhecido por abrigar o Forte São Sebastião, existente em seu topo, o Morro do Castelo (1567) foi o primeiro centro urbano do Rio. Em seus primeiros anos de ocupação, o Morro era um local fortificado para abrigar portugueses e resistir a qualquer tentativa de revide por parte dos franceses e dos tupinambás, chamados de tamoios. 

Futuramente, acolheu pessoas com poucos recursos econômicos, entre eles muitos imigrantes, principalmente italianos. O Morro do Castelo foi demolido em 1921, por uma então moderna técnica de engenharia de jatos d’água. O material decorrente do desmonte foi usado para aterrar parte da Urca, Jardim Botânico, Lagoa Rodrigo de Freitas, o espaço do Jockey Club,  pontos da baía de Guanabara e a região que hoje abriga o aeroporto Santos Dummont. A Ladeira da Misericórdia constitui a única porção restante do Morro do Castelo.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
Os processos de tombamento e registro promovidos pelo Iphan são avaliados pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo são 23 conselheiros, que representam o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

Além da Ladeira da Misericórdia, no dia 27 de setembro, o Conselho Consultivo avaliará, também, a proposta de tombamento da Coleção Nemirovsky, em São Paulo (SP), e o registro da Feira de Campina Grande (PB).

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural é o órgão colegiado de decisão máxima do Iphan para as questões relativas ao patrimônio brasileiro material e imaterial. O mais recente marco legal sobre a estrutura organizacional do Iphan, o Decreto nº 6.844, de 07 de maio de 2009, mantém o Conselho como o responsável pelo exame, apreciação e decisões relacionadas à proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro, tais como o tombamento de bens culturais de natureza material, o registro de bens culturais imateriais, a autorização para a saída temporária do país de obras de arte ou bens culturais protegidos, na forma da legislação em vigor, além de opinar sobre outras questões relevantes.

Serviço:
87ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural

Data: 27 de setembro de 2017, às 9h
Local: Edifício Sede do Iphan – Sala do Comitê Gestor
          SEPS 713/913 – Bloco D – Asa Sul – Brasília – DF

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