Arqueologia em Diamantina promove pesquisa, educação patrimonial, e formação acadêmica

publicada em 24 de setembro de 2013, às 10h21

 

Uma parceria entre o Escritório Técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Diamantina (MG) e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), para escavação arqueológica no quintal da Casa da Chica da Silva tem gerado bons frutos. O projeto iniciado em 2011 com a finalidade apenas de pesquisa científica arqueológica foi expandido e tem contribuído para a educação patrimonial de alunos do ensino infantil, fundamental e médio de escolas públicas e particulares de Diamantina. A iniciativa já levou à Casa de Chica da Silva, também sede do Iphan na cidade, cerca de 1,2 mil crianças e jovens que participam de oficinas, escavação e pintura simuladas. Os alunos também visitam a escavação, têm palestra sobre o trabalho arqueológico e conferem a exposição de relíquias doadas ou encontradas pelos profissionais. As atividades não estão restritas à arqueologia já que são abordados todos os tipos de patrimônio cultural.  

Desse trabalho, realizado uma vez por semana resultou a cartilha Defensores do Patrimônio. A publicação, parceria entre Iphan, UFVJM, Ministério Público Estadual e empresa privada, teve oito mil impressões na primeira tiragem e outras 12 mil serão distribuídas no próximo ano nas escolas do Vale do Jequitinhonha. O arqueólogo e professor da UFVJM responsável pelo projeto, Marcelo Fagundes, conta que os professores já vêm utilizando a Cartilha como material didático, já que o livro regular traz poucas informações arqueológicas e históricas do Vale do Jequitinhonha. A intenção é expandir as atividades e realizar oficinas também para os professores de práticas pedagógicas para produção de material didático voltado à temática.

O projeto também tem atraído alunos graduandos em arqueologia de outras regiões do país para realizar pesquisas de final de curso na escavação da Casa de Chica da Silva. Segundo Fagundes, o espaço tem possibilitado o aprendizado de métodos e técnicas de escavação de futuros arqueólogos que não possuem em seus estados essa proximidade com o objeto de estudo.

O arqueológico ressalta ainda que, mesmo com o baixo recurso financeiro disponível, o projeto tem conseguido realizar ações importantes para a comunidade, como exemplo da promoção da memória e da identidade local. Entre os desafios estão o de atingir escolas mais distantes com recursos para alimentação e transporte aos alunos carentes.

A exposição arqueológica da casa da Chica da Silva, sede do Iphan em Diamantina, é permanente e está aberta para visitação. Também poderá ser conferida uma exposição fotográfica que apresenta os trabalhos de quatro anos do Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem (UFVJM).

Confira as fotos [aqui]

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