Países de língua portuguesa terão Atlas do Patrimônio Cultural

1ª Reunião da Comissão de Patrimônio Cultural da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)A produção de um Atlas do Patrimônio Cultural dos países de língua portuguesa é um dos principais resultados da primeira reunião da Comissão de Patrimônio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Salvador (BA), nos dias 17 e 18 de maio. A proposta é mapear o conjunto dos bens materiais e imateriais dos países-membros, em plataforma disponível online. O conteúdo será transformado em exposição itinerante, para viajar o mundo, e divulgar nos territórios da CPLP a riqueza do Patrimônio Cultural preservado nos países. 

Com isso, a comunidade internacional poderá conhecer histórias como a da Cidade Velha, em Cabo Verde. Após o reconhecimento como Patrimônio Mundial, o sítio saltou de 3 mil para cerca de 100 mil visitantes por ano. O desafio para o país africano é, agora, tornar esse turismo mais sustentável, e contribuir na geração de renda para a comunidade local.

A reunião da CPLP no Brasil reuniu representantes de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Portugal, o secretariado da CPLP e autoridades brasileiras na área de Patrimônio Cultural. O evento ocorreu no Pestana Convento do Carmo, hotel histórico de 1586, que é referência de uso turístico de bens do Patrimônio Cultural no Brasil.

Cooperação multilateral
A criação da Comissão de Patrimônio foi compromisso firmado desde a X Reunião dos Ministros da Cultura, realizada ano passado, e assumido pelo Brasil, que ocupa a presidência pro tempore da CPLP. " Não há nada que represente a dimensão humana como o Patrimônio Cultural. É nossa herança, nosso legado. É um campo que se fortalece muito dentro da Comissão de Cultura", celebra Kátia Bogéa, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "O desafio é inserir o Patrimônio Cultural na agenda política dos países, como vetor de desenvolvimento sustentável e de inclusão social", completa.

Os representantes da Comunidade desenvolveram um regulamento interno para normatizar o funcionamento da Comissão de Patrimônio. A proposta é que a comissão volte a se reunir a cada ano, para avaliar os resultados da agenda estratégica que foi definida para o próximo biênio.

Por partilharem a mesma língua e processos históricos, o intercâmbio de conhecimento em Patrimônio Cultural na rede de países da CPLP tem um elemento facilitador a mais. A Comunidade se propôs a criar um canal de divulgação de publicações especializadas, produzidas pelos países membros, como a extensa biblioteca de milhares de títulos produzidos pelo Iphan.

Entre os acordos celebrados na reunião, firmou-se o compromisso de oferecer à comunidade internacional cursos em gestão de patrimônio, com temáticas prioritárias aos países da CPLP. O primeiro curso, em 2019, será uma capacitação profissional em listas indicativas de Patrimônio Nacional, com o propósito de desenvolver a expertise em inventariar bens culturais nacionais. Em 2020, será aberto um novo curso, de Salvaguarda de Patrimônio Cultural Imaterial, cuja política brasileira é referência em todo o mundo.

A formação de recursos humanos é eixo estratégico da CPLP, que traz resultados no impacto do trabalho no campo da preservação. O Centro Lucio Costa (CLC), Escola de Patrimônio do Iphan, situado na cidade do Rio de Janeiro, reconhecido pela Unesco como Centro de Categoria II, e integra uma rede de parceiros em todo o mundo. Na América Latina, além do CLC, há também o CRESPIAL, em Cuzco, no Peru e o Centro Regional do Patrimônio Mundial, em Zacatecas, no México.

Uma das diretrizes da Comissão de Patrimônio Cultural da CPLP é mobilizar os países africanos lusófonos, para adesão ao Centro de Categoria 2, Até hoje oito países de língua oficial portuguesa e espanhola já aderiram ao Centro (Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai – na América do Sul –, Cabo Verde e Moçambique – na África), entre os 17 países de sua região de abrangência, composta por oito países de língua oficial portuguesa - Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, e São Tomé e Príncipe (África); Brasil (América do Sul) e Timor Leste (Ásia) - e nove de língua espanhola - Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela (América do Sul).

Última flor do Lácio
O Brasil criou uma marca para a Comissão de Patrimônio Cultural da CPLP, na forma de uma flor de nove pétalas, com as cores das bandeiras de cada país, representando a união das nações. A marca simboliza o soneto Língua Portuguesa, do poeta parnasiano brasileiro Olavo Bilac, que em seu verso "Última flor do Lácio, inculta e bela", se refere ao idioma Português, como a última língua derivada do latim falado no Lácio, região italiana.

Peculiaridades dessa língua, que imprime diferentes acentos ao patrimônio preservado. Tanto o património protegido em Portugal, como o Patrimônio Cultural Brasileiro, tratam do mesmo assunto: a herança cultural.

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