Entrega do Prêmio BNDES para Sistemas Agrícolas Tradicionais é confirmada

Entre os dias 18 e 19 de junho de 2018, acontecerá, na sede da a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília, a cerimônia de entrega do Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais. A iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Embrapa e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), tem como objetivo reconhecer boas práticas presentes nos Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) no Brasil. A premiação pode ser acompanhada ao vivo por meio do streaming.

Participam da cerimônia o Diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI), Hermano Queiroz, além de representantes do BNDES, Embrapa e FAO no Brasil. A programação, que dura dois dias, conta com dois painéis: Reconhecimento de Sistemas Agrícolas Tradicionais e Experiências de Sistemas Agrícolas Tradicionais no Brasil. O público poderá visitar, ainda, a exposição Aturás Mandiocas Beijus, de curadoria da antropóloga Lúcia Hussak van Velthem, do Museu Paraense Emílio Goeldi, e consultoria da etnobotânica Laure Emperaire e das antropólogas Maria Manuela Carneiro da Cunha e Esther Katz. Natália Brayner e Lúcia van Velthem fizeram a edição para esta exposição itinerante. 

Serão premiadas 15 iniciativas. Os primeiros cinco colocados receberão o valor bruto de R$ 70 mil e os demais R$ 50 mil. Foram inscritas 58 instituições de direito privado e sem fins lucrativos, localizadas em diversas regiões brasileiras. A ação que ganhou o  primeiro lugar foi a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais (AMTR), do Lago do Junco (MA); em segundo lugar, ficou a Associação dos Produtores Rurais de Vereda, de Matias Cardoso (MG); em terceiro, a Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Pedro, de Eldorado (SP), na quarta colocação, a Associação Comunitária Rural de Imbituba, de Imbituba (SC) e em quinto lugar, será premiado o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), dos municípios baianos de Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Casa Nova, Remanso, Curaçá, Sento Sé, Uauá, Sobradinho e Juazeiro. 

Além do prêmio em dinheiro, os vencedores recebem capacitação da Embrapa e orientação para, caso desejem, se candidatarem a receber o título de Sistema Agrícola Tradicional Globalmente Importante (GIAHS – sigla em inglês para Globally Important Agricultural Heritage Systems,). A FAO já concedeu o título de GIAHS a 36 sistemas agrícolas tradicionais do Chile, Peru, Filipinas, China, Bangladesh, Índia, Japão, Coreia do Sul, Argélia, Irã, Marrocos, Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Egito, Quênia, Tanzânia e México.

Sustentabilidade e desenvolvimento
A parceria entre BNDES, Iphan, Embrapa e FAO pretende dar visibilidade, fortalecer e apoiar as condições de sustentabilidade dos SAT existentes no Brasil, tendo como pressuposto o desenvolvimento de processos participativos na construção e no fortalecimento da autonomia das comunidades envolvidas. Outro resultado importante da ação é o mapeamento das boas práticas de salvaguarda e conservação relacionadas aos SAT, fornecendo subsídios para a elaboração de políticas específicas para esses públicos, com destaque para a identificação desses sistemas, pelo Iphan, e o reconhecimento de GIAHS.

Sistemas Agrícolas Tradicionais
Os povos e comunidades tradicionais possuem formas únicas de praticar a agricultura, que expressam saberes particulares, envolvendo desde o cultivo da terra até diversos outros processos simbólicos e produtivos, de maneira integrada, constituindo os chamados Sistemas Agrícolas Tradicionais.

Um SAT pode ser definido como um conjunto de elementos que inclui saberes, mitos, formas de organização social, práticas, produtos, técnicas/artefatos e outras manifestações associadas. Eles formam sistemas culturais que envolvem espaços, práticas alimentares e agroecossistemas manejados por povos e comunidades tradicionais e por agricultores familiares. Os SATs integram o patrimônio cultural imaterial das comunidades que os praticam.

SAT Rio Negro
Em 2010, o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro  foi registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, entendido como um conjunto estruturado, formado por elementos interdependentes: as plantas cultivadas, os espaços, as redes sociais, a cultura material, os sistemas alimentares, os saberes, as normas e os direitos. Esse bem cultural está ancorado no cultivo da mandioca brava (manihot esculenta) e apresenta como base social os mais de 22 povos indígenas, representantes das famílias linguísticas Tukano Oriental, Aruak e Maku (não identificadas), localizados ao longo do rio Negro em um território que abrange os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no Estado do Amazonas, até a fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela.

 

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