Rodas de conversa do 2º FHist abordam patrimônios imateriais do Brasil

publicada em 20 de setembro de 2013, às 14h26

 

As políticas de salvaguarda de dois patrimônios culturais integram a programação do 2º Festival de História (FHIST) que acontece de 19 a 22 de setembro em Diamantina (MG). Técnicas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apresentam nesta sexta-feira e sábado, dias 20 e 21 de setembro, o desafio da salvaguarda do Jongo no Sudeste e do Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro e das serras da Canastra e do Salitre e Alto Paranaíba, respectivamente.

O Jongo
O Jongo do Sudeste, Patrimônio Cultural Brasileiro desde 2005, é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro.

No Brasil, o jongo consolidou-se entre os escravos que trabalhavam nas lavouras de café e de cana-de-açúcar, no Sudoeste brasileiro, principalmente no Vale do Paraíba. Trata-se de uma forma de comunicação desenvolvida no contexto da escravidão e que serviu também como estratégia de sobrevivência e de circulação de informações codificadas sobre fatos acontecidos entre os antigos escravos por meio de pontos que os capatazes senhores não conseguiam compreender. O Jongo sempre esteve, assim, em uma dimensão marginal onde os negros falam de si, de sua comunidade, através da crônica e da linguagem cifrada.

Hoje, a aproximação de pesquisadores e estudiosos, bem como de camadas médias urbanas, fez com que a participação em uma roda de jongo não seja mais limitada aos membros das comunidades jongueiras.

Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro e das serras da Canastra e do Salitre

O modo próprio de fazer queijo de Minas sintetiza, no queijo do Serro, no queijo da Canastra, no queijo do Salitre ou Alto Paranaíba, ou ainda Cerrado, um conjunto de experiências, símbolos e significados que definem a identidade do mineiro, reconhecida por todos os brasileiros. As fazendas das regiões mantêm a tradição de fazer um queijo reconhecido mundialmente como artesanal tipo Minas. Cada uma forjou um modo de fazer próprio, expressado na forma de manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na prensagem, na cura e até no comércio.

A identidade que o queijo artesanal de Minas e seu modo de fazer conferem à comunidade é um dos principais fatores para o seu reconhecimento como patrimônio cultural brasileiro. O Patrimônio está registrado no Livro dos Saberes desde 2008.

Confira [aqui] programação do Iphan no FHist.

Leia também:
Palestra sobre Diamantina, patrimônio cultural da humanidade abre 2º FHist
Exposição apresenta Diamantina sob o olhar de Erich Hess
Festival de História reúne cinema, literatura, arte, e diversas manifestações culturais brasileiras

Compartilhar
Facebook Twitter Email Linkedin