História e memória: a comunidade de Gurupá e seu Patrimônio Cultural
A longa história da ocupação humana e o olhar das vivências atuais cruzam-se por meio das ações do Projeto OCA: origens, cultura e ambiente. Desenvolvido por uma equipe do Museu Paraense Emílio Goeldi, na cidade de Gurupá, localizada na área de confluência entre os rios Amazonas e Xingu, no Pará, o projeto foi o um dos oito ganhadores da 31ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Tudo começou em 2014, com as escavações iniciais no Forte de Gurupá e no sítio arqueológico Carrazedo, localizado dentro de território quilombola, que contou com a participação de pessoas da comunidade e visitas das escolas locais. Ao longo desses quatro anos, o Projeto OCA vem desenvolvendo uma série de ações voltadas para o patrimônio arqueológico, com sua concepção e desenvolvimento, frutos de uma construção conjunta, participativa, aberta e determinante da comunidade de Gurupá com os pesquisadores e estudantes, o Museu Goeldi e de instituições parceiras.
Gurupá concentra uma diversidade cultural que é resultado de uma longa história de ocupação do território por grupos diversos, como indígenas, imigrantes europeus e quilombolas. O trabalho da equipe do OCA no sentido de abordar essa diversidade de origens e heranças proporciona um efeito de valorização dessas manifestações, promovendo a inclusão social de grupos minoritários e a valorização da pluralidade.
Muitas foram as ações que sensibilizaram gestores, professores e a sociedade em geral de Gurupá quanto à importância de valor do patrimônio cultural, arqueológico e da história do lugar. Os destaques foram as oficinas, produção de materiais de divulgação, documentação de narrativas e história oral, realização de sítios-escola de arqueologia, auxílio aos gestores na promoção de ações de Salvaguarda ao Patrimônio Cultural, organização de acervo documental para a biblioteca local e montagem de exposição colaborativa no Forte Santo Antônio de Gurupá.
Com o Projeto OCA, o Patrimônio Cultural de Gurupá entrou em discussão de maneira concentrada nas comunidades locais, passando a fazer parte da vida da população mais ativamente. Também contribuiu para que as gerações futuras tenham consciência da importância de seu protagonismo para a salvaguarda, preservação e a gestão de seu rico Patrimônio Cultural.
31ª Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade
Instituído pelo Iphan em 1987, o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade tem como objetivo o reconhecimento a ações de proteção, preservação e divulgação do Patrimônio Cultural Brasileiro e é uma homenagem ao primeiro dirigente da Instituição. A participação foi aberta a empresas, instituições e pessoas de todo o país. Depois passarem pelas comissões estaduais – compostas por representantes das diferentes áreas culturais, presididas pelo superintendente de cada estado – as 94 ações selecionadas em 25 Estados e no Distrito Federal passaram pela Comissão Nacional de Avaliação.
Em consonância com a proposta do Iphan de levar a cerimônia de premiação para todas as regiões do Brasil, a festa, este ano, será em Belém, capital do Pará. A escolha da cidade se deu em razão de, em 2018, o Instituto estar voltado para a promoção do Patrimônio Cultural do Norte brasileiro. Marcada para novembro, a celebração do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade será em ritmo de carimbó, bem registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, e contará com apresentações de outras expressões tradicionais do Norte, como o Boi-Bumbá de Parintins.
O advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em 17 de agosto de 1898, em Belo Horizonte. Foi redator-chefe e diretor da Revista do Brasil e, na política, foi chefe de gabinete de Francisco Campos, atuando na equipe que integrou o Ministério da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas. O grupo era formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922. Rodrigo Melo Franco de Andrade comandou o Iphan desde sua fundação, em 1937, até 1967.
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