Fazenda Engenho D’água: um modelo de gestão do patrimônio cultural

Restauração e Revitalização da Fazenda Engenho D’ÁguaNa borda da Baía de Todos os Santos, no município de São Francisco do Conde (BA), a fazenda guarda um patrimônio cultural que resistiu ao longo de mais de três séculos. O esforço por manter vivas essas heranças foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como um dos oito projetos ganhadores da 31ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade

O projeto Restauração e Revitalização da Fazenda Engenho D’Água é referência para a região do Recôncavo da Bahia de Todos os Santos, pois a maioria dos antigos engenhos de açúcar estão arruinados e, quando são restaurados, voltam à ruína por falta de um projeto de sustentabilidade econômica. Na Fazenda Engenho D’água, novos usos para o patrimônio viabilizam financeiramente sua preservação. As atividades são desde a hospedagem de turistas, passando pela realização de eventos diversos, chegando a atividades corriqueiras de uma fazenda, como a pecuária e o cultivo de cacau. 

Dedicação na reconstrução da história e da identidade do Recôncavo
Restauração e Revitalização da Fazenda Engenho D’Água1A história da fazenda remete ao início do século XVII, quando Gaspar de Faria Bulcão adquiriu as terras por compra e dote de sua esposa, Guiomar da Costa. No decorrer dos anos e com diferentes proprietários, o local foi se tornando um importante produtor da principal mercadoria da época, a cana-de-açúcar, que dominava as lavouras do recôncavo baiano e era essencial para a economia do país. A riqueza gerada pelo açúcar ergueu diversas fazendas na região, mas o declínio da economia canavieira levou essas propriedades à decadência. 

Em 2002, a fazenda Engenho D’água, em ruinas, foi adquirida por Mário Augusto Nascimento Ribeiro que, pouco a pouco, restaurou o casarão principal, a igreja, as casas e outras edificações da propriedade. O método do restauro consistiu no aproveitamento das estruturas existentes, na complementação das partes faltantes e substituição, seguindo as referências iconográficas, das peças que não poderiam mais ser recuperadas. 

Além da sustentabilidade econômica, os proprietários da fazenda buscam conscientizar as futuras gerações acerca da importância histórico-cultural do local, promovendo visitas de estudantes e da comunidade. O projeto Restauração e Revitalização da Fazenda Engenho D’Água é de relevância para a memória, a identidade e a cultura nacionais, servindo como exemplo para a recuperação e gestão do patrimônio edificado regional. 

31ª Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade
Instituído pelo Iphan em 1987, o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade tem como objetivo o reconhecimento a ações de proteção, preservação e divulgação do Patrimônio Cultural Brasileiro e é uma homenagem ao primeiro dirigente da Instituição. A participação foi aberta a empresas, instituições e pessoas de todo o país. Depois passarem pelas comissões estaduais – compostas por representantes das diferentes áreas culturais, presididas pelo superintendente de cada estado – as 94 ações selecionadas em 25 Estados e no Distrito Federal passaram pela Comissão Nacional de Avaliação. 

Em consonância com a proposta do Iphan de levar a cerimônia de premiação para todas as regiões do Brasil, a festa, este ano, será em Belém, capital do Pará. A escolha da cidade se deu em razão de, em 2018, o Instituto estar voltado para a promoção do Patrimônio Cultural do Norte brasileiro. Marcada para novembro, a celebração do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade será em ritmo de carimbó, bem registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, e contará com apresentações de outras expressões tradicionais do Norte, como o Boi-Bumbá de Parintins.  

O advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em 17 de agosto de 1898, em Belo Horizonte. Foi redator-chefe e diretor da Revista do Brasil e, na política, foi chefe de gabinete de Francisco Campos, atuando na equipe que integrou o Ministério da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas. O grupo era formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922. Rodrigo Melo Franco de Andrade comandou o Iphan desde sua fundação, em 1937, até 1967.

 

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