Jongo é celebrado em São Paulo

publicada em 01 de dezembro de 2014, às 17h03

 

Para promover a troca de conhecimento sobre o jongo e a preservação deste patrimônio, cerca de 40 comunidades estarão reunidas, entre os dias 05 e 07 de dezembro, durante o 13º Encontro Nacional do Jongo, na Fundação Cassiano Ricardo, na cidade de São José dos Campos (SP). O Jongo – forma de expressão que reúne tambores, dança e cantos – foi inscrito no Livro das Formas de Expressão, em 2005, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Durante as atividades do Encontro, serão promovidas rodas de jongo, exposições e debates entre as comunidades que irão debater sobre a transmissão de saberes, valorização dos mestres jongueiros e sobre a tradição e relevância dos cantos deste bem cultural, que seja na dança, no batuque ou na palavra carrega a memória das manifestações de matriz africana.

A primeira edição do evento ocorreu em 1996, com o objetivo de estimular canais de trocas entre os praticantes e a sociedade. Este ano, o Encontro Nacional do Jongo tem o apoio e a realização do Iphan, que vem atuando em uma articulação conjunta com os grupos, movimentos sociais e as outras instâncias sociais, contribuindo para inserir o jongo nas dinâmicas culturais contemporâneas e garantir a salvaguarda desta tradição.

Confira aqui a programação

A poesia metafórica dos antigos escravos
O jongo tem sua origem relacionada ao período da escravidão, da cultura cafeeira e da cana de açúcar. Por isso, sua prática, que reverbera até hoje, é encontrada, principalmente, nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais. Praticado em quintais das periferias urbanas e áreas rurais tem como elementos a roda, a música de tambores, as manifestações mágico-espirituais e o canto.

Tava dormindo                                         
Angoma me chamou disse levanta povo       
Cativeiro se acabou

São versos como esses que embalam as rodas e constituem a característica mais significativa do jongo: os chamados pontos. Quando cantados, funcionam como uma espécie de poesia metafórica e enigmática que os antigos praticantes desenvolveram para que os seus senhores e capatazes não pudessem compreender o que diziam, sendo, assim, uma forma de liberdade de expressão.

O significado do ponto deve ser decifrado pelos outros participantes e respondido também em linguagem versificada, como se fosse um desafio. Os versos, que continuam sendo entoados por um solista e acompanhados por um coro, louvam os antepassados, as divindades afro-brasileiras; afirmam as tradições; comemoram as festas de santos católicos, festas juninas, o Dia da Abolição (13 de maio) ou, apenas, reúnem a comunidade.

Além da palavra cantada, as reuniões de jongueiros são permeadas pela presença invocativa dos tambores e pela dança, feita em roda e que convida, na maioria das vezes, duas pessoas para o centro. Os pares fazem movimentos espontâneos em correspondência aos toques da percussão, utilizando como gesto característico a umbigada, em que dois dançarinos encostam, total ou parcialmente, seus umbigos. Por meio desse bem cultural, os praticantes buscam fortalecer a identidade de suas comunidades e salvaguardar seus ritos.

Serviço
13º Encontro Nacional do Jongo

Data: 05, 06 e 07 de dezembro
Local: Fundação Cassiano Ricardo
          Av. Olivo Gomes, 100 - Santana São José dos Campos - SP
          Telefone: (12) 3924-7300
http://www.fccr.org.br/
Entrada gratuita

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