Encontro discute diretrizes para salvaguarda do Marabaixo, forma de expressão cultural do Amapá

Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)Reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em novembro de 2018 como Patrimônio Cultural do Brasil, o Marabaixo, forma de expressão praticada em especial pelas comunidades negras do Amapá, recebe a primeira reunião de alinhamento para salvaguarda. Seis representantes dos grupos de Marabaixo vindos do Estado do Amapá estarão reunidos nos dias 15 e 16 de maio, na sede do Iphan, em Brasília, com técnicos da Coordenação Geral de Promoção e Sustentabilidade do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), e com o chefe da divisão técnica do Iphan no Amapá, Evandro Barros, para iniciar as discussões sobre as ações e planos de salvaguarda para o bem registrado.  

Durante os dois dias de reunião, as representantes do Marabaixo receberão esclarecimentos sobre a política de salvaguarda desenvolvida pelo Iphan. Também serão discutidas as diretrizes iniciais para elaboração do plano de salvaguarda do Patrimônio Cultural. O objetivo é priorizar ações de curto, médio e longo prazo, definir estratégias e mapear, com os detentores do Marabaixo, possíveis parceiros para coparticipar na execução do plano. Na abertura do encontro, o Diretor do DPI-Iphan, Hermano Queiroz, reforçou a disponibilidade da Coordenação Geral de Promoção e Sustentabilidade para auxiliar nas ações de mobilização e articulação realizadas para o Maraxaixo, destacando a importância dos próprios detentores serem os protagonistas das iniciativas. 

As ações e planos de salvaguarda são desenhados a partir da identificação dos pontos sensíveis da prática cultural, atuando diretamente em quatro frentes: Mobilização social e alcance da política; Gestão participativa no processo de salvaguarda; Difusão e valorização; e Produção e reprodução cultural. Segundo o DPI-Iphan, este é um momento valioso para que os detentores proponham ações que consideram importantes para a valorização, reconhecimento, fortalecimento e divulgação da prática. 

No caso específico do Marabaixo, foram identificadas durante o dossiê de Registro dez linhas de ações de médio e longo prazo, entre elas estão: Identificação e mobilização das comunidades praticantes; Apoio às atividades de divulgação do bem; Pesquisa, documentação e publicação das memórias e biografias dos Mestres e Mestras do Marabaixo, além da Criação do Museu do Marabaixo. 

Maria Izabel Santos da Silva do grupo folclórico Geração Torrão do Matapi, Comunidade Quilombola Torrão do Matapi, distrito de Macapá (AP), hoje com 65 anos, diz que começou a dançar desde os oito de idade quando acontecia a festa dos santos na zona rural. Ela avalia que a reunião foi muito relevante para adquirir outro parâmetro sobre a cultura local. “Tivemos com esse encontro outra visão sobre o nosso marabaixo. Eu vou poder voltar e explicar a importância que nós temos dentro da cultura e o avanço que o Iphan está dando pra nós”, conclui. E para apresentar a expressão cultural amapaense para funcionários do Iphan, as marabaixeiras demostram o canto e dança em duas músicas tradicionais do Marabaixo.   

Cortejo e Benção da Murta SeafroMarabaixo, Patrimônio Cultural do Brasil
Reconhecido Patrimônio Cultural do Brasil em decisão unânime do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, o Marabaixo é uma forma de expressão composta por ritmo, dança, vestimentas, comida, bebida e estilo literário próprio. É fruto da organização e identificação predominante entre as comunidades negras do Amapá, sendo uma expressão de devoção e resistência que representa tradições e costumes locais. A origem do nome remete aos momentos em que os escravizados que morriam nos navios negreiros. Quando seus corpos eram jogados na água seus companheiros de tumbeiro cantavam hinos de lamento mar abaixo e mar acima. 

Com o tempo a dinâmica da tradição foi se transformando, associada ao fazer religioso do catolicismo popular em louvor a diversos santos padroeiros. Seus praticantes passaram a fazer promessas aos santos que consagravam e, quando a graça era alcançada, se fazia um Marabaixo. Desde então, a transmissão de saberes é transmitida de pais e mães para seus filhos, reforçando os lastros de solidariedade e coletividade. 

Mais informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan

comunicacao@iphan.gov.br
Fernanda Pereira – fernanda.pereira@iphan.gov.br
Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br
(61) 2024-5511- 2024-5513 - 2024-5531
(61) 99381-7543
www.iphan.gov.br
www.facebook.com/IphanGovBr | www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr

Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)

  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
  • AP_MARABAIXO_1reuniãosalvaguarda
    Primeira reunião técnica de Salvaguarda para Marabaixo (AP)
Compartilhar
Facebook Twitter Email Linkedin