Seminário sobre desafios dos Sistemas Agrícolas Tradicionais é transmitido online
“Como pensar num mundo em que apenas três espécies, milho, trigo e arroz, dentre as sete mil cultivadas, fornecem a metade das calorias consumidas pela população mundial?”. O convite à reflexão foi feito durante a abertura do Seminário franco-brasileiro Roças e plantas no campo do patrimônio: os sistemas agrícolas tradicionais em perspectiva, que acontece dias 8 e 9 de julho, em Brasília.
No evento realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD-França), o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Hermano Queiroz, ressaltou a importância das parcerias para avançar nas ações de salvaguarda de um bem registrado como Patrimônio Cultural do Brasil, sobretudo quando envolve todo um Sistema, a exemplo dos Agrícolas Tradicionais (SATs): “O Iphan, como órgão de Patrimônio, possui as limitações de acordo com o objeto de trabalho e competência pré-definida legalmente. E é a partir de esforços coletivos que se terá uma maior eficácia na preservação desse patrimônio”.
É o que também destaca a chefe de pesquisa e desenvolvimento de recursos genéticos e biotecnologia da Embrapa, Marília Lobo Burle, sobre o aumento na participação de instituições nacionais e internacionais das mais diversas áreas, da biogenética ao cultural, na busca pelo reconhecimento do patrimônio tradicional de cultivos. Segundo os pesquisadores do IRD-França, o maior desafio para garantir a sustentabilidade dos sistemas agrícolas de povos indígenas e comunidades tradicionais é reconhecer na escala nacional, e internacional, seu valor cultural e de referência identitária. Para a representante do IRD-França, Laure Emperaire, o seminário aborda o futuro desses sistemas agrícolas, colocando em questão à diversidade agriculturas tradicionais, da agrobiodiversidade, o que não está se tornando uma preocupação apenas do Brasil, mas na França e no mundo todo.
Patrimônio Cultural
Na última década, ações de reconhecimento e valorização dos saberes de comunidades tradicionais e povos indígenas relativas a todo o cotidiano das práticas agrícolas têm sido realizadas de maneira inovadora por alguns órgãos governamentais brasileiros. Em 2010 e 2018, o Iphan reconheceu como Patrimônio Cultural do Brasil, respectivamente, os Sistemas Agrícolas Tradicionais de etnias indígenas do Rio Negro no Amazonas; e de comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, em São Paulo. Durante o Seminário, o Iphan também lançou o Dossiê Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro que traz os estudos que fundamentaram o Registro e refletem as etapas de pesquisa, análise e reconhecimento desse patrimônio.
Convidado ao palco para receber o dossiê, Franklin Baniwa, indígena natural de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, disse que serão muito ricas as discussões, pois integrarão os conhecimentos tradicionais e o científico. Franklin, que é mestre em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília (UnB) e fez uma pesquisa sobre plantas alimentares cultivadas nas roças Baniwa, palestrará no dia 09 de junho sobre a Agrobiodiversidade do passado e do presente no Rio Negro.
Sistemas Agrícolas Tradicionais
Os povos e comunidades tradicionais possuem formas únicas de praticar a agricultura, que expressam saberes altamente especializados transmitidos por gerações e que envolvem desde o cultivo da terra, a ecologia das plantas e técnicas de transformação dos produtos até diversos outros processos simbólicos e produtivos, os quais, de maneira integrada, constituem os chamados Sistemas Agrícolas Tradicionais.
Um SAT pode ser definido como um conjunto de elementos que inclui saberes, mitos, formas de organização social, práticas, produtos, técnicas/artefatos e outras manifestações associadas. Eles formam sistemas culturais que envolvem espaços, práticas alimentares e agroecossistemas manejados por povos e comunidades tradicionais e por agricultores familiares e integram o patrimônio cultural imaterial das comunidades que os praticam.
O Seminário tem transmissão ao vivo e estará disponível online.
Dia 08:
Manhã:1ª parte / 2ª parte
Tarde: 1ª parte / 2ª parte
Dia 09
Manhã: 1ª parte / 2ª parte
Tarde: 1ª parte
Serviço
Seminário franco-brasileiro Roças e plantas no campo do patrimônio: os sistemas agrícolas tradicionais em perspectiva
Data: 08 e 09 de julho 2019
Local: Auditório da Embrapa - Cenargen
Endereço: Parque Estação Biológica, PqEB, Av. W5 Norte - Brasília
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