Iphan entrega restauro de bens tombados na Bahia
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) celebrou, nos dias 22 e 23 de agosto, a conclusão dos reparos em dois importantes bens culturais: o Convento e Igreja de Santo Antônio, em São Francisco do Conde (BA), e o terreiro Ilê Omo Agboulá, na ilha de Itaparica (BA). As cerimônias de entrega das obras contaram com a presença da presidente do Iphan, Kátia Bogéa.
Patrimônio Cultural Brasileiro tombado individualmente na cidade de São Francisco do Conde, o Convento e Igreja de Santo Antônio teve o restauro do telhado do prédio principal concluído pelo Iphan. O objetivo da intervenção, que totalizou investimentos de R$ 780 mil, é preservar o forro artístico da nave, atribuído a José Joaquim da Rocha, considerado o fundador da chamada Escola Baiana de Pintura.
Em Itaparica, a obra foi na casa de culto aos Egunguns – ancestrais africanos masculinos – mais antiga em funcionamento do Brasil. O terreiro Ilê Omo Agboulá, Patrimônio Cultural Brasileiro desde 2015, recebeu R$ 570 mil em recursos para a realização de intervenções emergenciais.
Convento e Igreja de Santo Antônio e Capela da Ordem Terceira
O reparo do telhado da Igreja de Santo Antônio faz parte de um conjunto de serviços emergenciais desenvolvidos pelo Iphan. Além da recuperação estrutural do telhado, a intervenção promoveu a instalação de subcobertura em toda a projeção do prédio e a execução de novo telhamento, que protegerá o forro artístico da ação das chuvas.
A Superintendência do Iphan na Bahia (Iphan-BA) publicou ainda um edital para a contratação dos projetos executivos de arquitetura, engenharia e restauração para todo o Convento e Igreja de Santo Antônio e Capela da Ordem Terceira. As propostas servirão de referência para a restauração completa do monumento.
Ilê Omo Agboulá
As intervenções no terreiro, previstas em um projeto de conservação de terreiro tombados elaborado em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), foram impulsionadas após a queda de uma árvore que atingiu e danificou a estrutura da Casa do Renascimento, área sagrada em que somente os iniciados do terreiro podem ter acesso internamente. O Barracão, local onde são realizadas as cerimônias públicas, também foi reformado.
Durante a obra, membros do próprio terreiro foram contratados pela empresa executora após capacitação ofertada pelo acordo de cooperação firmado entre Iphan e UFBA. Com a formação, os integrantes ganham autonomia para executar eventuais intervenções emergenciais nas casas sem depender de aporte financeiro e técnico.
Para o agbalá Balbino Daniel de Paula, responsável espiritual pelo terreiro, os investimentos do governo federal são fundamentais para a preservação do Patrimônio Cultural. “O que é mais valoroso nesse contexto é que as futuras gerações não podem perder o direito de receber esse patrimônio. Eles têm o direito de receber e também de preservar tanto quanto nós”, explica.