História da mineração em Ouro Preto (MG) vence Prêmio Rodrigo 2019

Ação conta história da mineração de ouro em Minas Gerias com enfoque nos saberes da extração mineral e metalurgia das populações negras escravizadas

Iniciativa premiada pelo Iphan narra associa o turismo às práticas ancestrais da mineração no Brasil

Uma viagem ao passado proporciona reflexões profundas sobre a história e a herança cultural brasileira. Esta é a proposta do projeto Mina du Veloso, um dos projetos vencedores da 32ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A ação é um centro de referência cultural, turística e patrimonial sobre a história da mineração em Ouro Preto (MG).

Por meio de circuitos geoturísticos, a proposta narra a história da mineração de ouro em Minas Gerais com enfoque nos saberes das populações negras escravizadas sobre extração mineral e metalurgia. As ações desenvolvidas na Mina du Veloso já alcançaram um público de mais de 90 mil pessoas e também foram base para debates, palestras e diversas oficinas, cumprindo assim relevante papel na transformação social.

Outro objeto da proposta é contribuir para o resgate, registro, valorização, conservação e fruição do Patrimônio Cultural da Mineração existente na Serra do Veloso, onde se localiza a mina que leva seu nome. O projeto desenvolve atividades ligadas ao turismo, aliadas às de educação patrimonial, à pesquisa e a diferentes ações culturais com a comunidade, especialmente aquelas ligadas à promoção da memória e identidade locais. 

A cidade de Ouro Preto proporciona ao país um grande legado da mineração aurífera no Brasil colonial. Foi a primeira cidade do Brasil a ser declarada Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco, em 1980. Foi tombada pelo Iphan em 1928 por possuir um magnífico conjunto arquitetônico barroco. Nesse ponto, a Mina du Veloso se destaca por se contrapor ao foco tradicional do turismo local, de visão eurocêntrica, focado na arte e arquitetura barrocas e volta seus olhares ao Patrimônio Cultural da Mineração.

Ação conta história da mineração de ouro em Minas Gerias com enfoque nos saberes da extração mineral e metalurgia das populações negras escravizadasCorrida do ouro
A mineração aurífera colonial teve papel fundamental na construção do país. A descoberta do ouro em Minas Gerais nos primórdios do século XVII ativou a vida socioeconômica do Brasil, e principalmente das Minas Gerais, gerando um novo centro de produção e consumo. Durante mais de um século foram desenvolvidas atividades extrativas nos locais onde hoje se encontram as cidades de Ouro Preto e Mariana.

O bairro São Cristóvão, também conhecido como Veloso, é considerado um grande sítio de mineração do ouro do século XVIII. O apelido foi dado porque, entre 1761 até 1819, a região pertenceu ao Coronel José Veloso do Carmo, que chegou a ter mais de 220 escravos. A maioria deles já dominava técnicas de mineração e siderurgia antes de chegar ao país e, por isso, contribuíram o desenvolvimento da indústria da mineração e metalurgia no Brasil.

 

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