A Feira de troca de sementes e mudas tradicionais das comunidades quilombolas do Vale do Ribeira (SP) é vencedora da 32ª edição do Prêmio Rodrigo na Categoria 2 - Iniciativas de excelência no campo do Patrimônio Cultural Imaterial - Segmento 2 - empresas e fundações privadas.

Realizada desde 2007, a Feira de troca de sementes e mudas, que atrai visitantes e compradores de outras regiões há quase 12 anos, contribui para a salvaguarda do Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, bem registrado pelo Iphan em 2018, ao conectar as políticas de Patrimônio Cultural às políticas de conservação do meio ambiente. Além de promover o fortalecimento da identidade quilombola, colabora para o intercâmbio de saberes sobre plantas, alimentos e manejo das roças tradicionais quilombolas, com a ampliação da base da diversidade genética da produção alimentar e com a manutenção dos modos tradicionais de viver e produzir dentro do bioma da Mata Atlântica.

O trabalho realizado com criatividade e engenhosidade pelas 20 comunidades quilombolas participantes da Feira já rendeu aos envolvidos o reconhecimento também do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o prêmio de Boas Práticas de Salvaguarda e Conservação Dinâmica de Sistemas Agrícolas Tradicionais, no ano passado.

Feira de troca de sementes e mudas tradicionais
O planejamento da feira se baseia na preocupação com a agrobiodiversidade das roças e quintais e na necessidade de estimular a troca de variedades entre os agricultores - para que não se percam as receitas tradicionais. Entre os principais ganhos já obtidos, estão a criação do paiol de sementes, o fortalecimento da segurança alimentar nas comunidades quilombolas, além da participação da juventude quilombola nos espaços de articulação e transmissão de conhecimento tradicional.

A Feira de troca de sementes e mudas tradicionais é organizada pelo Grupo de Trabalho da Roça, formado por lideranças quilombolas representantes de associações, dos cooperados, de organizações parceiras da sociedade civil e de órgãos públicos estaduais que atuam nos territórios quilombolas. Esse grupo costuma se reunir meses antes do evento, geralmente realizado no início do ano, na praça central de Eldorado (SP). Em média, cerca de 400 pessoas passam pelo local.

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