Sede do Iphan-RJ e museus tombados serão restaurados com recursos dos Direitos Difusos
Nesta quinta-feira, 19 de dezembro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apresenta os projetos de restauração do Edifício Docas de Santos – sede da Superintendência no Rio de Janeiro – e dos prédios do Museu Histórico Nacional e Museu Nacional de Belas Artes, com a assinatura das respectivas ordens de serviço. As restaurações dos três monumentos serão custeadas pelo Fundo de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Previstas para durar 30 meses, as obras do Docas de Santos vão receber aproximadamente R$ 13 milhões e começam neste mês de dezembro. O projeto do Docas de Santos inclui a restauração da fachada, dos bens móveis integrados, de elementos artísticos, bem como a reforma da cobertura, da rede elétrica e adaptações para tornar os ambientes acessíveis.
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Encobertas por camadas de tinta branca desde a década de 1960, as pinturas internas do antigo Prédio da Companhia Docas de Santos - atribuídas ao artista Del Bosco e a Benno Traidler - estão prestes a ser reveladas: o resgate dessas obras de arte é parte da restauração do imóvel. Inaugurado em 1908, o prédio pertence à primeira geração de edifícios construídos para a abertura da Avenida Central, atualmente denominada Rio Branco.
O Docas de Santos ocupa dos números 44 ao 48 desta avenida. Alinhado com a adoção de padrões estrangeiros, grande parte dos materiais que dão forma às paredes, escadarias, corrimões e maçanetas do imóvel partiram da Europa e atravessaram o Oceano Atlântico antes de desembocar na costa carioca. Dentre os imóveis que restaram como testemunhos desse tempo, além do prédio do Iphan, se destacam a Biblioteca Nacional, o Banco Central e o Museu Nacional de Belas Artes; todos tombados pelo Instituto.
De estilo eclético, o imóvel foi projetado pelo engenheiro paulista Ramos de Azevedo e construído pela empresa Antonio Januzzi, Filho & Companhia. Ostenta portas entalhadas, executadas pela marcenaria Tunes. O prédio também possui pisos em mármore de Carrara, além de ser decorado com temática marítima, referência à vocação naval da Companhia Docas de Santos, que nele instalou sua sede. Na fachada, em cantaria e argamassa pigmentada, podem ser notadas proas de navios e gárgulas decorando os andares superiores.
O prédio possui 5 pavimentos, com duas lojas no térreo dotadas de grandes vitrines em cristal. O 3º andar, destinado à antiga Diretoria da Companhia, tem tratamento nobre e requintado e tetos decorados com trabalhos em estuque. Internamente, a estrutura é de ferro fundido, inclusive a escada que perpassa os cinco pisos e que contorna o elevador da época da inauguração, que ainda funciona.
Recursos do FDD
Coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, o FDD reúne recursos provenientes de condenações judiciais, multas e indenizações para a reparação de danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Entendidos como reparação à ordem econômica e outros interesses difusos e coletivos, esses valores são, então, destinados a projetos de órgãos públicos e entidades civis, selecionados a partir de decisão do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. Em 2019, o Iphan pleiteou a aprovação de diversas ações, tendo sido aprovados 20 projetos, que somam recursos de R$ 90,4 milhões em investimentos para sete estados brasileiros: Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Serviço:
Apresentação dos projetos de restauração do Edifício Docas de Santos e dos prédios do Museu Histórico Nacional e Museu Nacional de Belas Artes
Data: 19 de dezembro
Local: Avenida Rio Branco, Centro, nº46, auditório - 3º andar.