Mestra Dona Dalva é a convidada do Patrimônio Cultural #EmCasa desta sexta-feira, dia 17 de abril

“O samba é a vida, é a alma, é a alegria da gente”, define a cantora e sambadeira Dalva Damiana de Freitas, 92 anos, que será a terceira convidada da ação Patrimônio Cultural #Emcasa, a ocorrer nesta sexta-feira, 17 de abril.  A declaração se refere ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano (link), bem registrado como Patrimônio Cultural do Brasil, ao qual a sambadeira dedicou boa parte de sua vida. Realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com mestres e mestras da cultura popular, a ação promove, durante a pandemia de coronavírus, um bate papo-musical por meio das redes sociais.

Dalva Damiana de Freitas, conhecida como Dona Dalva, nascida em 1927, é uma respeitada mestra do Samba de Roda em Cachoeira (BA). A sambadeira trabalhou na antiga fábrica de charutos Suerdieck, onde se juntou a suas companheiras de trabalho para fundar um grupo de samba. A fábrica já não mais existe, mas o grupo Samba da Suerdieck é tradicional na região do Recôncavo Baiano. Além disso, Dona Dalva é integrante da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, importante instituição da cultura afro-brasileira.

“(...) Lhe digo, eu estou com as pernas travadas de reumatismo, a pressão circulando, a coluna também, mas quando toca o pinicar do samba eu acho que eu fico boa, eu sambo, pareço uma menina de 15 anos”, disse Dona Dalva, quando do processo de registro do Samba de Roda, como Patrimônio Cultural do Brasil em 2006.

Em sua terceira edição, a ação Patrimônio Cultural #EmCasa visa a dar visibilidade a práticas e saberes de detentores e, além disso, alertar sobre a necessidade de isolamento social da população durante a situação de emergência em saúde pública. Assim como iniciativas semelhantes, o bate-papo musical é realizado por meio de lives nas redes sociais. As transmissões ao vivo são feitas dentro da casa de cada mestre ou mestra. Nas edições anteriores, foram promovidas lives com mestre Hailton Carimbó e o cantor Tiãozinho da Mocidade, ambos detentores do Carimbó e das Matrizes do Samba do Rio de Janeiro, respectivamente.   

A cada semana, um detentor faz circular por todo o Brasil suas histórias, um pouco do significado de cada bem e, por fim, a música que toca sua vida. Nesta edição, o público terá acesso às violas, pandeiros e à dança miúda do Samba de Roda, ritmo e cultura do Recôncavo Baiano que influenciou variados estilos musicais por todo o país. Essas narrativas são compartilhadas nos canais do Iphan – podendo ser acessadas em computadores, celulares e tablets. E mais: de mestre pra mestre, o bate-papo ainda relembra a importância do isolamento social, uma vez que boa parte deles faz parte de grupos de risco para o coronavírus. 

E, enquanto dura a quarentena, vale ressaltar: é preciso evitar visitas a pessoas que compõem grupos de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas (diabetes e hipertensão, por exemplo). Contatos mais próximos, beijos e abraços, apenas ao fim da pandemia. Também é importante estimular a aquisição de produtos dos mestres, como CDs, livros e artesanato, já que eles estão impedidos de comercializar e realizar shows. Comprar esses produtos, nesse momento, é mais uma forma de proteger a saúde dos detentores e estimular a reprodução da cultura popular brasileira.

Samba de Roda

O estado da Bahia e, mais precisamente, o território que fica no entorno da Baía de Todos os Santos, é a terra do Samba de Roda do Recôncavo Baiano. Expressão musical, poética, festiva e coreográfica, o samba é uma das mais relevantes manifestações da cultura brasileira, exercendo influência sobre o samba carioca. Em 2004, o Samba de Roda foi inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão, tornando-se Patrimônio Cultural do Brasil. No ano seguinte, foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Os primeiros registros do Samba de Roda datam dos anos de 1860. Hoje, congrega matrizes culturais transmitidas por africanos escravizados e seus descendentes – o que inclui o culto a caboclos e orixás, a capoeira e as chamadas comidas de azeite. Essa herança se transformou junto a traços culturais portugueses, como a música tocada em viola e pandeiros. O Samba de Roda, então, se associou ao calendário festivo como as festas da Boa Morte, em Cachoeira, e aos sambas ao final de rituais para caboclos em terreiros de candomblé. Além disso, o Samba de Roda pode ser realizado em qualquer ocasião como diversão e pelo prazer.

Serviço
Patrimônio Cultural #Emcasa
Data: 17 de abril de 2020, às 18h
Local: na sua casa
Para assistir, basta acessar as redes sociais do Iphan:
www.facebook.com/IphanGovBr
www.twitter.com/IphanGovBr
www.instagram.com/iphan.gov.br


Mais informações para imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Moisés Sarraf – moises.sarraf@iphan.gov.br
(61) 2024-5526 / (91) 98165-4577

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