Mestre Sebastião e sua viola de cocho vão conduzir bate-papo musical desta sexta-feira


Sebastião Souza é o mestre cururueiro que vai participar da ação Patrimônio Cultural #EmCasa desta sexta-feira, 08 de maio
 

Quem chega à casa de Seu Sebastião pela porta da frente está no município Ladário (MS), mas se a visita entrar pela porta dos fundos, o município é Corumbá (MS). Morador da fronteira entre os dois municípios pantaneiros, Sebastião Souza Brandão, 76 anos, mestre cururueiro, é nascido e criado às margens do rio Paraguai e, por isso, conhece todo mundo na região. Ou melhor: “Eles que me conhecem”, diz aos risos o mestre produtor da viola de cocho. “Costumo falar: eu nasci dentro daquele cochinho da viola”, explica ele, que vai participar da ação Patrimônio Cultural #Emcasa desta sexta-feira, dia 08 de maio. Na live transmitida de dentro de casa, Seu Sebastião vai contar esses e outros causos – e, claro, vai cantar!

“Eu já me entendi por gente vendo isso aí. A família tudo era dessa cultura”, conta Seu Sebastião, se referindo ao pai, ao tio e à tia, que tocavam e cantavam o cururu e o siriri – expressões musicais em que a participação da viola de cocho é fundamental. Do berço no cocho, Seu Sebastião passou “uma temporada fora”, conta o mestre. “Trabalhei vários anos na rede ferroviária. Nesse período, só cantava com o pessoal nas férias, um dia, dois. Depois que me aposentei, me dediquei à viola”, completa Sebastião, que então rodou o país em eventos e festivais de cultura apresentando o ofício dos mestres pantaneiros.

E o ofício das violas de cocho, daquela época, explica mestre Sebastião, veio junto do culto aos santos populares na região. “Na minha família, tinha essa cultura, daqui no Pantanal, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. Aquele sistema de antigamente: falavam em tirar esmola, viagens de três a quatro meses com o grupo”, relembra Seu Sebastião, se referindo às festividades de santos promovidas por sua família, em que eram feitas esmolações por toda a região, ladainhas e levantamento de mastros no culto a santos como Santo Antônio e, claro, São Sebastião. Cultos nos quais, até hoje, as rodas de siriri e do cururu são característica importante.

Seu Sebastião tem história para contar nesta sexta-feira, 08 de maio, em mais uma edição da ação Patrimônio Cultural #Emcasa, projeto realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com mestres e mestras da cultura popular de todo o Brasil. Com o isolamento social como principal mecanismo de combate à epidemia de Covid-19, o projeto visa a visibilizar saberes e práticas de detentores, além de reforçar a mensagem: fica em casa. A escolha da ximbuva e do sarão-de-leite (madeiras preferidas para a produção da viola) e as técnicas de luteria aprendidas em família estarão na transmissão desta sexta, que reunirá um pouco dos saberes e segredos da oficina de viola que Seu Sebastião cultiva em casa.

Viola de Cocho

A viola de cocho é um instrumento musical produzido exclusivamente de forma artesanal: é singular em sua forma e em sua sonoridade, resultado de saberes que manejam matérias-primas típicas da região Centro-Oeste do Brasil. Quem detém esse saber são os mestres cururueiros, que fazem a viola de cocho para uso próprio e, também, para atender à demanda do mercado local. O principal uso dos instrumentos é nas rodas de cururu e siriri. Um universo de conhecimentos e práticas que foram registrados como o Modo de Fazer a Viola de Cocho, tornando-se Patrimônio Cultural do Brasil em 2005.

Serviço
Patrimônio Cultural #Emcasa
Data: 08 de maio de 2020, às 18h
Local: na sua casa
Para assistir, basta acessar as redes sociais do Iphan:
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Mais informações para imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan
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Moisés Sarraf – moises.sarraf@iphan.gov.br
(61) 2024-5526 / (91) 98165-4577

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