Mestre apresenta a arte popular do Teatro de Bonecos em live do PatrimônioCultural #EmCasa

Oficina de Salvaguarda do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste reúne pesquisadores e detentores no Distrito FederalProtegidos dentro de suas casas-malas contra qualquer vírus, os bonecos de Mamulengo, Cassimiro Coco, Babau e João Redondo não podem, por enquanto, encantar presencialmente o público de todas as idades e de diversas partes do país. Mas para diminuir um pouco os suspiros saudosos desses personagens que dão vida à criatividade dos mestres e brincantes do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, a ação PatrimônioCultural #EmCasa levará a magia dessa arte milenar aos lares dos brasileiros na próxima terça-feira, dia 19 de maio, às 10h.

Chico Simões, brincante de mamulengo DF - Teatro de Boneco Popular do NordesteA ação, parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e detentores de bens registrados como Patrimônio Cultural, contará com a apresentação do mestre bonequeiro do Distrito Federal, Chico Simões, que falará sobre essa forma de expressão brasileira com nomes diferentes nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.  A transmissão ao vivo será realizada na página do Instagram @chico.mamulengo.simoes. 

Chico Simões se encantou com o mundo dos bonecos ainda menino. Um boneco de ventríloquo, daqueles bem presepeiro, se apresentou na escola pública em que estudava. Isso aconteceu pelos idos dos anos de 1970, quando Brasília tinha pouco mais de uma década de inauguração e, por isto, sempre escutava dos adultos e de seus pais paraibanos que a capital federal não tinha cultura popular. E aquele menino nem imaginava que essa tal cultura popular guiaria seus passos pelo resto da vida. 

E assim foi. Aos 20 e poucos anos, depois de assistir a uma apresentação do grupo Carroça de Mamulengos, tendo Carlos Gomides como condutor da brincadeira, descobriu ali, entre os improvisos do bonequeiro e o riso da plateia, que queria fazer aquilo o resto da vida. Partiu com o grupo e foi conhecer essa arte na raiz, morando em vários estados nordestinos e convivendo com os mestres locais. Quando voltou para Brasília, já um brincante do Teatro de Bonecos, criou no ano de 1983 o grupo Mamulengo Presepada. 

Chico Simões, brincante de mamulengo DF - Teatro de Boneco Popular do NordesteHoje Chico Simões é considerado um mestre bonequeiro. Conta com uma família de mais de 150 personagens e já foi levado por esses bonecos para vários países. Ao longo dessa trajetória, aprendeu lições importantes com seus mestres. Uma delas é que não existe ensaio para treinar, pois é uma arte que necessita da interação direta com o público. E a outra, é que não há um jeito certo ou errado de brincar. “Muito mais do que a técnica, a gente aprende uma maneira de abordar um tema, uma situação. Entendi que a melhor forma de aprender era convivendo com esses mestres brincantes. E esse conhecimento vai entrando na gente sem nem percebermos como isso acontece”, disse. 
 

Com mais de 30 anos de brincadeira, Chico ressalta a força dessa arte e o dever de transmiti-la, pois também recebeu esse conhecimento sem ninguém lhe cobrar. Diz que é preciso manter a chama acesa e cada novo brincante colocar mais fogo nessa fogueira cultural. “Tem que acrescentar, atualizar. Pois o meu mestre fazia de acordo com a visão de mundo e da comunidade dele. E eu tenho que fazer de acordo com a minha visão, com as necessidades do mundo de hoje. Para não ser folclórico, e virar coisa de museu onde se diz ‘olha como era feito antigamente’. O Patrimônio Cultural é vivo e dinâmico”, explica.  

Chico Simões, brincante de mamulengo DF - Teatro de Boneco Popular do NordesteComo dica para os brincantes mais jovens, Chico sugere paciência, persistência e, principalmente, não deixar perder a tradição. “Se eu posso dar um conselho é importante conhecer a raiz de onde vem a tradição. Mas também ficar antenado com o que acontece em todas as partes, sem preconceito com a tecnologia ou outros saberes. Nenhum conhecimento diminui ninguém. Só acrescenta”, conclui. 

Teatro de Bonecos Popular do Nordeste 
A originalidade e tradição dessa expressão cênica, repassadas de mestre para discípulo, de pai para filho, de geração para geração, e que revela uma das facetas da cultura brasileira, foi reconhecida pelo Iphan, em 2015, como Patrimônio Cultural do Brasil. Essa ‘brasilidade explícita’ possui como características a continuidade histórica, relevância para a memória nacional e fazem parte das referências culturais de grupos formadores da sociedade brasileira.

 

Serviço
Patrimônio Cultural #Emcasa
Data: 19 de maio de 2020, às 10h
Local: na sua casa
Para assistir, basta acessar as redes sociais do Iphan:
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www.twitter.com/IphanGovBr
www.instagram.com/iphan.gov.br

Mais informações para imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br
(61) 2024-5512 / (61) 98469-5514 

Teatro de Bonecos Popular do Nordeste

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    Uma tradição que revela uma das facetas da cultura brasileira, onde brincantes, por meio da arte dos bonecos, encenam histórias apreendidas na tradição
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    Carrega elementos fundamentais para a identidade e memória de seus praticantes e ainda desempenha um papel agregador que legitima as práticas cotidianas nesses locais
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    A brincadeira é iniciada com a montagem da empanada, uma espécie de barraca
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    Uma tradição que revela uma das facetas da cultura brasileira, onde brincantes, por meio da arte dos bonecos, encenam histórias apreendidas na tradição da sociedade nordestina
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    Este bem imaterial não é um brinquedo ou um traço do folclore, e envolve, sobretudo, a produção de conhecimento criativo, artístico e com uma forte carga de representação teatral
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