Expressão afro-brasileira, Marabaixo será tema da ação Patrimônio Cultural #Emcasa desta sexta-feira


Presidente da Associação Cultural Marabaixo do Laguinho, Danniela Ramos participa da ação Patrimônio Cultural #EmCasa
 


Do bisavô mestre Julião Ramos para a avó Tia Biló e, da matriarca, para Seu José Lourival e Dona Maria do Socorro. Assim a cultura do Marabaixo foi transmitida até a filha Danniela Ramos, marabaixeira de 41 anos, convidada da ação Patrimônio Cultural #Em Casa desta sexta-feira, 15 de maio, às 18h. Do bairro do Laguinho, conhecido como o palco da cultura na capital Macapá (AP), a marabaixeira vai participar do bate-papo musical, contando como a tradição afro-brasileira atravessa gerações. E não para: os filhos e netos de Danniela já cultivam o Marabaixo na família Ramos.

O bairro não é apenas palco da cultura, mas da cultura afro-brasileira na foz do rio Amazonas: tem marabaixo, samba, batuque. E a família Ramos é guardiã do Ciclo do Marabaixo, “uma festa de tradição secular, que acontece anualmente nos bairros Laguinho e Favela, a maior festividade dentro de Macapá”, explica Danniela Ramos, presidente da Associação Cultural Marabaixo do Laguinho. “Inicia sempre na Semana Santa e termina do Domingo do Senhor, domingo após o dia de Corpus Christi.” A festividade é marcada pelo catolicismo popular: corte, enfeite e levantamento do mastro com a bandeira do Divino Espírito Santo, entidade cultuada ao lado da Santíssima Trindade durante o Ciclo.

Este ano, o Ciclo do Marabaixo teve de se adaptar à pandemia de Covid-19. Como o isolamento social é a principal recomendação para evitar a contaminação, as atividades tiveram de ser realizadas por meio de lives, transmitidas nas redes sociais. “Tivemos que nos reinventar. Vários grupos, entidades, que promovem a manifestação, participaram das atividades on-line,” contou a marabaixeira Danniela. Eventos que ocorrem há mais de cem anos foram transmitidos pela Internet pela primeira vez e, ainda, arrecadou alimentos para famílias amapaenses.

A reinvenção do Marabaixo em tempos de pandemia é um dos temas da ação Patrimônio Cultural #Emcasa. Promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com detentores e detentoras de todo o Brasil, a ação busca visibilizar práticas e saberes da cultura popular, além de ressaltar a mensagem: fica em casa. Danniela Ramos, convidada desta edição, vai conduzir o bate-papo musical, falando sobre a história afro-brasileira no Amapá, sobre o ritmo do Marabaixo e o ladrão, cantigas em que os compositores roubavam os acontecimentos do cotidiano para inserir em suas canções.

Marabaixo

Expressão cultural de resistência e devoção, o Marabaixo é fruto das tradições, organização e identificação de comunidades negras no estado do Amapá. Registrada como Patrimônio Cultural do Brasil em 2018, o Marabaixo tem grande importância para a formação histórica da Amazônia. A cultura marabaixeira envolve o fazer religioso do catolicismo popular, mas também a religiosidade afro-brasileira.   

O nome da manifestação tem origem nos navios negreiros de onde eram lançados n’água os corpos de africanos escravizados que faleciam durante a travessia do Atlântico. Em memória dos mortos, eram entoados hinos de lamento, mar abaixo, mar acima. E, assim, os cantos foram se associando à vivência de comunidades negras amapaenses, sendo realizados em retribuição pelas graças alcançadas.
 

Serviço
Patrimônio Cultural #Emcasa
Data: 15 de maio de 2020, às 18h
Local: na sua casa
Para assistir, basta acessar as redes sociais do Iphan:
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Mais informações para imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan
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Moisés Sarraf – moises.sarraf@iphan.gov.br
(61) 2024-5526 / (91) 98165-4577

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